I
disparo contra teus seis mil sóis
não sei se sou ponto de luz ou sombra apressada em teu
Espelho
espero tua Voz
tua magnética Voz a velar meu sono e espantar meus fervorosos
olhos
florescendo em tua manhã
tua manhã de seis mil horas dispara contra minha preguiça que
já se arrasta há séculos na família
meu corpo se arrasta pelos teus relógios
se lança sobre teu Não e recolhe as pálpebras
tudo é réstia
tudo reflete teus seis mil olhos de Gueixa Gótica
tua cabeça pendurada no Nada gritando
VAIEMBORAVAIEMBORAVAIEMBORA
eu tento mais um Não
eu tento mais um abraço de escombro
eu tento mais um escorpião escondido entre os astros e os
êxtases da infância
eu tento mais
eu tento mais
súbito
apoio os cotovelos sobre tuas costas
e espero um vagalume
II
há muito Tempo já não sou Rédea
e as nuvens não dizem adeus.