[Produzido por Thoruz]
[Intro: Uthopia]
Minhas rimas de um caderno velho
Minhas rimas sobre o meu velho
Dos meus versos, os mais sinceros
Ser um pai de verdade é o que eu quero
[Verso 1: Uthopia]
É em Santa Maria que eu começo
O solo fértil pra quem quer sucesso
Um guri de barba numa fase sadia
E uma mulher prematura, produto da vida
Em vias paralelas o destino os coloca face à face
Pa**o à pa**o, ele conquista um pa**e
Vira amor num pa**e, de mágica
Ela age com a cla**e
Meses viram anos, eles viram tudo pa**ar ligeiro
Viram a mesa e visam planos pra inciar à seu jeito
Se mudam pra Santiago, agora o fardo é revelado
O sogro é um ogro, os compadres, comprados pelo trago
Susto, asco demasiado, em pouco tempo vê amor transformado
Sentimento puro em luto, virou ódio
Era pior cada episódio, olhar no relógio
Escravizada, não foi avisada, desesperada, era Dejavu da infância
Chegava em casa, pra virar empregada, já não tinha esperança
Mas ainda a**im existia uma chama acesa, mas pouca comida mesa
Pa**ou fome pro filho comer, salvou o crápula pro filho não pa**ar tristeza
Procurou saber dos problemas, dos edemas que causaram aquilo
Se a**ustou com o podre da gangrena que fizeram com um filho
Se senta e escuta o fato, em 64 nascia o sujeito
Sujeito à fardos e impactos
Que o fariam refém do receio
Problemas sem soluções, soluços, solutos, desde moleque os trago
Se a própria família não liga, o que te sobra de aprendizado?
Surras, más companhias, carreiras e os brotos
Vida de rockstar, aos poucos há de estar no fundo do poço
Dito e feito, se não fossem os feitos dela, era o teu fim
Era só ter dito não, porque quis que as coisas fica**em a**im
Cicatrizes profundas como raízes
Nada se justifica, nem mesmo a crise
Alcoólatra, garrafa ladra, um gole e um trago
Não af*ga, o que te afunda em mágoa
Uma embalagem quadrada que na viagem não te trás nada
A longo prazo talvez te traga enquanto tu traga essa praga
Que estraga a tua jornada, dormia em jornal, se mijava a roupa toda
Não tinha controle de nada, surrava a mulher e se omitia de alimentar a boca
Mas ela não é louca, sofrimento uma hora cessa, ele não era César
Ela fugiu pra fazer o seu próprio império, foi pro cemitério toda aquela merda
Se fodia em três trabalho pra ter toda a verba
Mais funções que atriz de novela, daria um Oscar pra ela
Histórico caótico, paradoxos e estereótipos
De qualquer óptico é óbvio, o quanto o afeto move o
Seu jeito de ser, ela mal sabia o que ia acontecer
O piá não parava de crescer, era o que mantinha ela de pé
E a minha dor eterna é saber
Que não ajudava um pingo sequer
Mas eu estufo e me encho de fé
Que eu vou conquistar o mundo pra essa mulher
Porque eu me sinto em dívida, ninguém advinha o quanto ela é divina
Dividia o pão de cada dia, sofria pra me ver com um pouco de alegria
Desde bebê muito confuso
Como se tivessem trocado o fuso
Eram muitas tábuas pra um só parafuso
Eram muitas mágoas, um ser sofrendo abuso
Já era outra cidade, Dom Pedrito me trouxe perguntas, mais confuso que nunca
Mais uma vez o coroa nas última, e ela tendo que partir de súbita
E quando ele morreu eu não sabia o que sentir
Porque o que eu vi na época, é pouca coisa do que depois eu descobri
Um choque pra um guri de 10 anos
Cobrança na cabeça, não sabia quem tava tramando
Hoje em dia eu sou grato, à cada obstáculo
Cada tentáculo que quis usufruir do oráculo
Cada drácula que quis sugar e fazer acúmulo
Cada amargura que quis me pôr no muro
Ele, o motivo do meu eterno luto
E ela, o motivo pelo qual ainda luto
Cada esforço dela, e cada lembrança dele, não opto
Porque cada um me ensinou o mundo do seu jeito próprio