[XTINTO] Puta de vida que me encara com cara de enterro devo Deixar este enredo cedo, escrevo enquanto bebo, tremo Tipo tenho Parkinson, juro que venho em paz enquanto Duro neste parque insano escuro Cada sentimento rude Eu nunca senti menos tudo Eu só sento e vejo o mundo Só penso e beijo o fundo Da garrafa em que me afundo A fundo no fundo Sou só mais um defunto Rodeado de carpideiras Lágrimas de crocodilo Embriagado e sem maneiras São lástimas deste asilo Sátiras enchem o nilo Onde abasteço o meu cantil E no meu canto arranjo mil Maneiras de estar tranquilo Tou vil e sou um mano cansado Com o meu antepa**ado Mano eu ando pa**ado Mas eu mando o pa**ado Ir pa**ear um bocado Tenho vivido algemado E há muito segredo guardado [REFRÃO] Sigo a rota, sem ter medo Pelo mundo da Odisseia onde me vou perder Nunca vou parar, sem ter horas E eu sem saber se voltarei onde parti [DEZ] Tenho uma divida divina com deus É uma dádiva, dada a vida levada Dividida com os meus manos Vamos! Tinha tantos planos bacanos Mas uns bazam e outros ficam E nem explicam o porquê da decisão É que nem precisam de explicar com precisão Para ser preciso só preciso de justificação Ando ver se fico são, então não bafo É desabafo com o meu cão, mas é ficção Porque eu vi-te cão a seguir o rumo Agora fumo um maço a ver se te faço sinais de fumo Para te pedir desculpa, mas ama**o o maço Quando vejo que não resulta Deus levou-te sem consulta, tu ainda deste luta Naquela marquise e eu marco isso como culpa Bazaste de improviso manda o sorriso de catapulta Só espero que Deus esculpa o teu rosto Nas estrelas de Agosto e recebas o suposto pedido de desculpa [REFRÃO] [XTINTO] Aponta na ardósia que eu como da Ambrósia e não morro Tou sempre no solstício, a noite é o meu vício é quando eu cuspo fogo Brusco puxo o luxo do lusco fusco até ao lodo Na tourada, alvorada do ócio Alma notívaga, adeus equinócio Calma equívoca nunca fui pródigo E a tua mandíbula deixa-me sórdido E há coisas que o pa**ado não conta né? Não percebo ponta Zé, tou sem medo do enredo e corro tudo a pontapé Morro juro a cada tiro que atiro contra o meu pé Mas se a vida é improviso, aviso que eu duro bué Vivo a vida ao contrário em contramão no rodapé Na rima revolucioniário até já me chamam de Ché Guevara prepara a metralha dispara essa querida Repara que a minha tara é mesmo matar a batida [DEZ] Perguntei ao tempo quanto tempo tenho Mas não me contento porque o tempo disse que nem tempo tenho para isso Desenho de improviso um sorriso imaginário Otário, burrice desenhei isso ao contrário Tenho estado neste estado estacionário Ando por cá e por lá, nem tenho dó, ando á ré com um nó Porque o rap é tipo pó porque eu gosto disto Só que aposto que isto não foge com quimio Agora transpiro e inspiro inspiração das estrelas As telas mais belas do universo são elas Onde eu vejo o mundo em verso Tão nunca quis o mundo inverso não Prefiro esta versão, senão faço a conversão Agora a rota é marroquina, moca na rotina Escarlate à volta da retina Magoa transborda da tina que se acomoda na borda da ferida que incomoda, não esperes que finja! [REFRÃO]