[PARTE I] Mãos calejadas, pernas cansadas e a visão turva Minha cabeça sangra, nunca se curva A matilha uiva, fareja desconfiança Estrobos brilham, ofuscam, não tiram a esperança Confiança no bang, do céu espero análise Transfiro sangue ao papel, hemodiálise Transfusão completa, ideias, caneta Bic (Clack, click) Imortal igual Technique A mente leve me eleva e leva à lugares não vistos E de repente aparentes sentimentos mistos No jogo: calistos, atribuimos má sorte Na cruz: Cristos a beira da morte Ao invés de ser revés, seja sorte, viva Forte nos pés, fiéis com a voz ativa Viés, vincos, fincos, o suor interprete Quebram trincos, tentam nos matar com AKKK-47 [PARTE II] Visionário, olhos de coruja No itinerário falam: homem de cor, fuja Dita cuja, não me curvo a sua corja De dinheiro lavado, se sua alma for suja Carrega fardos pesados, cara fechada, ranzinza Árduo, soldado armado jamais de farda cinza Botas pretas pisam e em frente a tela pedem paz Balas de borracha ferem, não apagam ideais Horizonte porto seguro, da fonte depuro O nascituro já nasce duro prematuro e inseguro Pula do muro, foge de apuro ciente do obscuro Pensando: o meu presente eu busco no futuro São dias, dilemas, estratagemas A vida sem rédeas, estratégias e teoremas Problemas, viro a página, busco o melhor Lixo do Mangue, Chico Science: lágrimas, sangue e suor