País da democracia racial Da mulata exportação, da beleza natural Brasil! nação feliz, um país tropical País da pedofilia, futebol e carnaval Brasil, que nos condena a viver como animal irracional Vamos fingir que vai pa**ar , vamos fingir que é natural O tempo do conformismo já pa**ou Não quero guerra, só quero amor Não temos armas, chega de horror Troque esse filme de terror Me digam o que tenho que ser, que eu serei O que tenho que aceitar, eu agradecerei Me digam se sou feliz, e direi graças a deus Meu futuro foi tramado por parentes seus Me deixem comer os restos dos ratos Me deixem lustrar as graxas dos seus sapatos Nascemos pra morrer feliz de fome Nascemos sem se orgulhar do próprio nome Como a família do sarney pode querer me convencer Como a família do acm pode achar que posso crer Que eu ache tudo isso lindo e natural? Eles saqueiam nosso estado e povo pa**a mal Rezar um terço, um pai nosso não é o suficiente Concentram renda, e não se acham indecentes Ô maranhão, terra de pretos transfornados em capachos Ô salvador, terra de pretos já domados aos laços dos carrascos Descruza os braços Siga meus pa**os O som é o rap, esse é o compa**o Nós somos povo, deus, os donos da razão Eles são reis, opressores, uma caixa de ilusão Se não quiserem dividir o que é nosso, aquele abraço Precisamos nivelar tudo por cima, sem esculacho Filme de terror é o que eu vejo Botar a chapa quente é o meu desejo O que for meu eu protejo Pegue a sua arma e vá buscar o que é nosso E traz pro lado de cá pa pa Filme de terror é o que eu vejo Botar a chapa quente é o meu desejo O que for meu eu protejo Pegue a sua arma e vá buscar o que é nosso E traz pro lado de cá vai lá Vamos tirar esse nariz de palhaço Se não quiserem, então só resta nivelar tudo por baixo É uma afronta a vida humana Não querem vida, só querem grana Não há revolta em minhas preces Nada mais me estarrece Não há no fundo um ideal Esse é a penas o meu jeito de menina marginal O povo quer terra, ninguém quer esmola Mas quem se rebela nessa senzala enfrenta a degola Somos parte de um povo sem futuro De uma gente sem cultura , sem orgulho Os brancos na orla, os pretos no morro Os índios sufocados contra o muro Não é normal perseguição policial Aceitar que a desgraça é uma tendência mundial Não é legal ser criticada no jornal Sou retardada, apaixonada pelo bem, e pelo mal A poesia é nesse tom pejorativo Meu irmão é desertor e meu pai é fugitivo Não me chame pra debate Só me chame pro combate O arrastão é o novo hit do verão Só sangue bom só sangue bom Filme de terror é o que eu vejo Botar a chapa quente é o meu desejo O que for meu eu protejo Pegue a sua arma e vá buscar o que é nosso E traz pro lado de cá pa pa Filme de terror é o que eu vejo Botar a chapa quente é o meu desejo O que for meu eu protejo Pegue a sua arma e vá buscar o que é nosso E traz pro lado de cá vai lá O futuro é a fadiga, o pa**ado é o fraca**o Obedeça , siga as regras e não dê nem mais um pa**o Sua alteza dá esmola para os pobres depois foge Não aceite, não concorde isso não pode Vai rever sua nobreza vai gozar do paraíso É o tom do animal, é o tom do inimigo Tranca as grades dos castelos Pinta a cara de seus filhos de verde e amarelo Nos tratam como doentes Só porque não temos dentes Pa**a a mão na minha cara , diz que sou inteligente Tudo que eu não queria é morrer com indigente Mas eles sobem no palanque e nos convence Que tem pena da miséria dessa gente Se seu coração diz Vai! vai! vai pro combate! Se seu punho diz Vai! vai! vai pro ataque! Não vou morrer pelo brasil Não vou morrer pelo brasil