[Verso 1] Minha depressão tem sua voz e tá pedindo pra que eu morra Minha ansiedade tem sua voz e tá me dizendo: corra Tudo me força a obedecer, entre Sodoma e Gomorra Afinal quando recusei o que me pediu pra ser? Em tal que sangue escorra na gangorra A sós, minha timidez não tem voz e me deixa aqui parado Lucidez nos lençois é o que me deixa alucinado Esses anjos de Lucifer, qual luz se vê, o que me conduz Não se vê, afinal agora você decidiu apagar a luz e não se despir Mas se despedir e adiantou eu pedir pra ficar aqui Pra tentar se sua decisão tinha sido tomada Minhas mãos molhadas no fio solto daquela tomada Seja a escolha mais sábia a ser tomada Vivendo entre a cruz e espada, na noite calada, eu sigo calado Ouvindo sua risada, os pa**os na escada Minha vida é uma droga Acho que eu tô viciado [Verso 2] São sombras que me perseguem mesmo em dias nublados Lembrando como a gente odiava aqueles filmes dublados Acho que éramos nós os personagens dessa trama E hoje eu acordo confuso onde era seu lado da cama Rezo por melhores dias Na verdade não sabendo o que fazer nas orações Peço na prece ou agradeço, extendo o prazo ou pago preço Reconheço o que mereço entendo suas decisões Enquanto um quer outro não, enquanto o outro quer, um não Goles de Curaçau não curam meu coração Vítimas dos próprios erros e refém de nossas escolhas Nossos encontros hoje são como enterros e gritos ecoam em bolhas A gente viveu sem cuidado com a profundidade, no fogo cruzado Vive o inverso nesse nado não sincronizado Lado a lado, coloca os pés nos meus ombros Mesmo que eu fique submerso e agonize afogado Fomos prelude caindo na Ilhas Marianas Niimitz bombardeando Kermadec Queima o beck, pesadelos de noites insanas Cheiro do Malbec, com cigarretas cubanas [Verso 3] Sem sua manha de manhã Não sei quem me acompanha amanhã Garganta arranha, coração apanha Solidão acompanha e no fim do jogo ninguém ganha Ouvi que os fins justificam os meios Rolando páginas sem fim lendo seus os e-mails Somos sinônimos do cúmulo Mais um dia 23 e eu vou regar as flores do nosso túmulo Seguindo aos poucos, juntando cacos Quisemos ser loucos, mas fomos fracos Fria esfinge não finge, eu paciente monge Eu te quero bem, enquanto você me quer longe Cultivo borboletas mortas no meu estômago Ataca o âmago, pensamento retrógrado, sem af*go derramo Uma parte do drink no copo agora vazio Caiu na vala com todos os eu te amo Fala, vai, me atropela, diz se eu errei Vive uma bela vida sem lei A vez é dela, rainha sem rei Minhas melhores cartas foram aquelas que não enviei