Magnata - Ódio lyrics

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Magnata - Ódio lyrics

Fui criado num berço miserável, num ambiente deplorável, na região mais abandonada do Rio Já fui deixado ao relento, com a barriga vazia, sozinho, morrendo de frio Já fui espancado em casa, na rua e em todos os lugares que você possa imaginar Já fui envergonhado por inúmeras coisas que nem dava pra me culpar Já sofri na pele o descaso, casos de preconceito por ser filho de quem eu sou Já a**isti a cenas trágicas de morte, crueldade que a televisão não te mostrou Já fui só um moleque que todo mundo achou que viraria bandido aos 15 anos de idade Já pa**ei por coisas que até Deus, mesmo tendo visto, duvida ter sido tudo verdade Já tive que preparar meu almoço de domingo sozinho, aos 7 anos, enquanto via uma família pela janela Já tive que visitar minha mãe num presídio podre, porque uma cela imunda me separava dela Já tive que trocar de escolas por três vezes antes dos dez anos, por ser uma criança violenta Mas nunca tive quem diagnostica**e que isso era óbvio, porque na minha vida a figura familiar sempre se ausenta E hoje eu vejo falsos me rodeando como abutres, só esperando o tombo pra degustar minha carne podre Vejo demônios me chamando pra um duelo, mas atirando pelas costas antes que eu pudesse tirar a arma do coldre Vejo meu coração nas mãos de uma mulher distante que nem sequer me ama Enquanto vejo uma puta interesseira que vem me dar toda s**ta feira esparramada na minha cama E com esse sorriso sádico, você ainda me pergunta o porquê que, por tanto, tempo, eu tive... Ódio da vida Ódio, de tudo que pa**ei Ódio da vida Ódio do caminho que trilhei Ódio da vida Ódio de tudo que eu sei Eu até tive ódio da vida Mas hoje não tenho ódio do homem que me tornei Vejo alguns que estão do meu lado só por pensar que eu vou virar um dia e que vão desfrutar dos louros da minha vitória Vejo outros tentando se opor a mim, se orgulhando de uma fama fútil que em breve se mostra provisória Vejo um mundo fadado a desgraça, fraca**o coletivo, causado pelo egoísmo em ma**a E vejo um público cativo de sorrisos sinceros que olha pra toda essa destruição e acha graça Sei que o egoísmo impera nas mentes que só pensam em si e querem que se fodam todo o resto Sei que você sorri pra mim, mas por trás faz minha caveira dizendo pra todo mundo que eu não presto Se minha altivez é confundida com prepotência por sua percepção falha, não sou o culpado Esse é o fruto de todo o conhecimento que adquiri enquanto minha dignidade e meu ego eram espancados Lembro de ter sido excluído por várias vezes, porque eu era a luz no meio de um reino de escuridão Lembro que em todo o tempo, meus melhores amigos eram meus pensamentos de ódio e minha solidão Lembro, entretanto, que mesmo com tudo isso, eu pensava que aquilo não seria pra eternidade Eu mudaria aquele dianóstigo, calaria o prognóstico de quem disse que eu seria um covarde Eu era aquela criança, por tantas vezes humilhada por todos, que se sentia um traste Diariamente me via parafraseando Cristo e perguntando "Deus meu, porque me desamparaste?" Mas o Senhor me mostrou que não foi o acaso que fez eu jamais ter tido um encontro com a Dona Morte Tudo isso que pa**ei foi uma prova divina pra me tornar, no meio de toda a espécie, o ser mais forte E agora você me olha, com uma face confusa e apavorada, e entende porque, por tanto tempo, eu tive... Ódio da vida Ódio, de tudo que pa**ei Ódio da vida Ódio do caminho que trilhei Ódio da vida Ódio de tudo que eu sei Eu até tive ódio da vida Mas hoje não tenho ódio do homem que me tornei