Devo, devo e não nego Tô com o meu país no prego Então eu mando uma fatura pro Abreu Que eu sei que ele não paga e nem eu Eu já nasci devendo as calças E pendurei as contas do hospital Na hora em que eu nasci eu já entrei no cacete E era o prejuízo do pecado original Depois eu cresci e me mandaram pra escola Devendo o do uniforme e já fazendo uns por fora Pedindo uns tecos, fazendo uns ganhos E os caras me cobravam pra me dar a cola Devo, devo e não nego... E eu já crescidinho merecia um empreguinho Pra ter um dinheirinho e montar minha casinha Pra ter o meu carrinho e arrumar uma mulherzinha E aí eu já podia até pensar num filhotinho Daí faltou dinheiro pra fazer toda a despesa Por mais que eu trabalha**e não saia da dureza Se fosse no cinema não comia sobremesa O mundo foi rodando e o papagaio aumentando Devo, devo e não nego... E se eu puder eu não pago E se eu puder também não pago