João Tamura - 7 de Março lyrics

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João Tamura - 7 de Março lyrics

Nasci no ano errado, na parte errada da cidade A avó e a doença dela são gritos no quarto ao lado E eu quero dormir, mas nestas carcaças não cabem pássaros é a fugir ou a tremer que as mãos dela agarram maços ... e ela sopra a morte aos poucos Naquele fumo branco que invade o mundo e me deixa rouco Os gestos são dos loucos. e os lábios seda gasta O pouco na mesa não basta: a pobreza que chega e te afasta E te mata... E há pontes sobre Tejo, pontos do meu medo Infinitos como nós e como o tempo E eu nasci no ano errado, 7 de Março e o tempo Constrói o inventário das poucas coisas que temos à noite no Saldanha regressados do cinema Nós esquecemos por inteiro todas as coisas que lemos Uma dança que só flui entre dois corpos tão finitos Num amor que se dilui entre o grotesco e o bonito E há monstros que nós comem o coração e interiores Os corpos são um do outro: decoração de interiores Pontes sobre o Drina, pontes sobre o Tamisa Solidão em casas tão cheias que crias E sem saber o que se pa**a lá fora na terra Sei que aquilo que vem do nada ao nada regressa E isso basta. as ma**as são tão loucas e eu sei Então obrigo-me a escrever mesmo sem me ler ninguém E ela jura tanto, tanto, mas tanto que a vida é bela E eu de olhos tão cerrados até acredito nela E não no metro. cegos apressados para o trabalho E as ordens que tu me berras não valem o meu ordenado Casas em Veneza, afogam-te a tristeza Tu és delicadeza entre o mal da realeza Nasci na casa errada, 7 de Março e neste bairro Onde a tua pele se arrasta em tudo aquilo que é errado E demoramos na maldade e nela criamos vícios Vê a vida chegar a velha só com o ordenado mínimo E as flores que acalmam dores, são pedras ou são lírios? Tu leva-me para onde fores: as tuas quedas têm sítios Sereno que a vida é monstra e acalma-me para não ruir Os teus dedos tapam-me a boca para a alma não me fugir Barcos sobre o Sena, navegam em rios de pedra 7 de Março cedo chega, leva as coisas que me restam