[Pré-intro: Satia] Lá no bairro do Brooklin, reparei que, na periferia, a maioria dos moradores são gente pobre, carente de cultura própria. O terceiro mundo tem sido cruel. Eu vejo a marca do sofrimento no rosto dos brasileiros. É, Sabotage, cada pessoa tem sua história, e o respeito é tu que faz prevalecer. Vai na fé, nêgo! [Intro: Sabotage] Olhe por mais um nessa terra, Senhor do Bonfim Sem ter medo de colar, cheguei no sapatinho Trabalhador ladrão irá se divertir, Sou Sabotage, há tempos que Jesus pede a**im Por quê não? [Ponte: Sabotage] Mais uma vez esse conselho, sim, vou seguir Mais uma vez esse conselho eu vim pra seguir Há muito tempo esse conselho eu venho buscando E é de Deus que eu preciso pra se-guir... [Verso 1: Sabotage] No Brooklin lembrei, sim, foram várias leis, mil veneno Sofrimento pa**ado ali dentro, Por ali tudo mudou, mas eu não posso moscar O que é aquilo? Lá vem tiro, é os pilantra, se pá (plaw, plaw, plaw!) Submundo do subúrbio faz vítima em tudo Fuzil na mão, dominado mão, alguém gritou: "sujou!" Nessas horas amarelou, merece uma pá de soco Por dar brecha, deixar guela ou morar na favela, Uia! Espera aí, o Helião citou do Cicatriz Irmãozinho, na moral, na humilde, age no crime Dando esca**ez, querem rir do meu fim Pode vir, não vou fugir, tô aqui, sou a**im Por quê não? [Ponte] [Refrão: Negra Li] Zona sul (na zona sul, sim, na zona sul, sim) No Brooklin aprendi viver (aprendi viver) E o respeito de um por um (de um por um, de um por um) Faz a paz prevalecer [Verso 2: Sabotage] Ah, Senhor, é... Pedir a Deus outra vez a razão Não vou ficar imóvel, irmão Quem me tirou vou embaçar Eu não devo, eu não cagueto pra pipoca querer me tirar Mas aí, senti firmeza ao ver o Xis gravar Que puta salve, na moral, os caras corre atrás, Isto nos leva a crer: o rapper tem poder Várias histórias do planeta chegam pra você Canto pra loucos que me entendem Tô aqui, sou a**im, se for do louco A gente mesmo acende, então Fogo na bomba, o Mikimba disse, anteriormente Três tragadas, solta o preso e corre um beque aí [Ponte] [Refrão] [Verso 3: Sabotage] A essas horas, nem vem com historinhas e glórias Ou seja, histórias e glórias que não estão na memória Eu deixo um salve das ruas da sul para a sua, ladrão: É que o dinheiro nunca compre sua postura Então, breve, estou registrando e nunca esquece Por isso meu vacilo, ô gambé, nunca espere Vê se me esquece, sai fora, desaparece Deus é poderoso e nós todos protege How, Rappin' Hood, família sempre se ilude Discute, troca, boatos rolam, logo surgirá os disse-me-disse E o Cachorrão, sério mesmo, tá longe do crime Há muito tempo ele me disse: "a quebrada é embaçada Tem homem revistando homem, forjando de monte" Na Espraiadas, lá na Conde Ali, quem eles cata é óbvio que embaça O Petra, a Lina e o Casca caíram em cilada, De vez em quando a lei vai lá pra nos atrapalhar Choque, borrachada, bala perdida, coronhada, Cotidiano violento na favela da Espraiadas Quem tem sorte é forte, enfrenta treta, cata Em plena praça, se pá, presenciei, não imaginava Puta salseiro no Itaú da rua Alba Agência desossada, PM acionada Celular na mão de Zé Povinho virou uma arma, Que louco, sufoco, o malote tá com o louco, pipoco Agora é cada um por si e Deus por todos A meio corpo, eu vejo um gordo enfiando bala Pra ser mais claro, parou de AR-15 aquela barca Impressionante, cena cinematográfica Central de Santo Amaro, Brooklin, sul, o tempo não para Não tem desculpa, só tem disputa País que viva luta, se vem das ruas, pergunta curta Se liga, Juca, favela pede paz, lazer, cultura Inteligência, não muvuca Rap é compromisso, esse é meu hino que me mantém vivo Então, que seja breve e considere isso Branco e preto pobres não dão sorte contra o meritíssimo Então, vai arriscar? Se errar, tá perdido Tipo um portador do vírus, magoado, esquecido Sem minha mãe, sem meu irmão, só meus filhos Porque do lado de lá da sul, fica esquisito E pra provar, ladrão, o rap é compromisso Pra uns pode até ser, pra maioria não é viagem Favela do Canão, Broo-klin, Sabotage [Interlúdio: Marrom] Humildade me faz, correria atrás da paz Se puxa um beque somente, não satisfaz Se embaixo do pontilhão da Espraiadas Eu vejo ali a molecada, Que puxa um beque, não come nada Escuta um rap, dá uma paulada, os homem enquadra Tá na chuva, chuva vem pra molhar, yeaahhh [Refrão]