Nerve - ENPTO lyrics

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Nerve - ENPTO lyrics

[Intro] Boa noite, estúpido! [Verso 1] Eles dizem que troco a ordem das palavras Mas eu não ligo e continuo a voar com peixes e a nadar com pássaros Não me desvio das balas Converso com elas, elogio-as e convenço-as a virarem-se contra o autor dos disparos Está oficializado - Hoje vou deixar de ser cínico! Estou só a acabar de beber um café com o meu futuro a**a**ino (e eu sei disso) Lápis de cera A minha poesia é visual como miragens, mental como demência [Sample] "I introduce myself as nervous" [Verso 2] Tenho uma certa tendência para o auto-degradamento Voltas para casa? Não toco numa bebida há... Algum tempo Implorei para não me tirarem a máscara. Porque é que forçam? Esta é a minha verdadeira forma! Disforme! Estão contentes agora? Voltem sempre, idiotas! Olhem para mim sereno... A ga-gaguejar freneticamente, com um tique no olho esquerdo A coçar feridas na cara suja, meio corcunda Com os nervos à flor da pele, a roer o que resta das unhas! Miopia, epilepsia, trauma... Não sei a causa Mas começo a pensar que talvez devesse fazer uma pausa Vim despertar a sensibilidade em robôs adormecidos Olhem para mim, no meio da praça, empenhado, a vender mamilos Ontem senti a chuva na face, não o fazia há décadas… E eu continuo a ser moldado pelas “Mudanças Climatéricas” Mas acho que chegou a altura de esquecer os guarda-chuvas Porque isto não é chuva, são holofotes cadentes, Truman! [Interlúdio] Eu não das palavras troco a ordem: O sentido paradoxal patente neste título reflecte o carácter controverso dos ensaios sobre o processo de ingressão no mirabulante universo da esquizofrenia paranóica contidos no presente registo Ora, dizer «Eu não das palavras troco a ordem!» é equivalente a dizer «Eu não estou paranóico, mas todo o mundo tenta provar o contrário» Ambas as afirmações estão isentas de nexo e auto-contradizem-se, demonstrando, desta forma, a incoerência ou o estado debilitado da sanidade do indivíduo que as profere Eu não das palavras troco a ordem Eu Não estou louco Eu não estou louco [Verso 3] Todos começaram por ser bolas de barro deformadas Cuidadosamente moldadas com expressões pormenorizadas Eu? Eu fui moldado com pontapés e pancada E ainda hoje sou moldado com algumas chapadas bem dadas Sacana nervoso sem princípios. Admito Na verdade, não tenho princípio nem fim, sou infinito Imortal e único, camuflado na rotina E nestes primitivos e estúpidos transportes públicos Não sou músico. Isto não pa**a de promoção barata De um falhado a atravessar uma fase notoriamente desinspirada Nada! Sem mensagem nem teorias Tirando esta frase, praticamente tudo nesta poesia é mentira Podia agarrar uma lâmina, arregaçar as mangas Acabar com esta palhaçada de uma vez por todas Mas gosto de tornar as coisas interessantes Então optei por travar uma luta de polegares com o Eduardo Mãos-de-Tesoura Preciso de levantar a moral! Dêem-me uma grua Cheguei a uma altura em que nem sei como ainda ando direito na rua! Depois desta aventura, vou doar a minha coluna Para a construção de estruturas anti-sismo mais duras Vocês têm a doença e a cura, a escrita e a pintura A sorte na melhor altura, («Eu tenho a minha loucura!») Mas eu guardo escondida a última garrafa de ar puro Para, quando for tudo sangue e fumo, eu sobreviver mais uns segundos! [Outro] *estática de rádio* "You wonder about your nervous system" "You f**ers got nerve..." "Poetry struck a nerve in the listenership" "I introduce myself as nervous" "...these MC's gotta lotta nerve"