Uma criança nasce, um avô morre a sorrir Balança que balança entre o ficar ou partir Posição solar no fim do dia mistura cores Que acentuam no horizonte do teu mar – chamo-lhe vida Pa**ado são pegadas, não apago a lembrança Fechar os olhos e poder cheirar a infância O quê que te define? O quê que nos distingue? Ímpares singulares, o molde não existe Não há medida exata para a criação O amor é tão concreto que não tem definição A nova geração está tão diferente Paixão descartável, repetição do para sempre Não procuro entendimento no olhar desatento Opiniões não alimentam o que já nasce cá dentro Sou vida, sou cor, sou um timbre que eu conheço Sou sonho sem tonalidade Eu sou o que escrevo Velejante desde o primeiro sentimento de mágoa A remar entre a verdade, a razão e a água Não me canso do cansaço na montanha que escalo Não ver o cume seria o cúmulo de não sentir o que falo Claraboia deixa entrar luz o meu filho é um cristal Ainda guardo as 7 chaves da minha moral Somos corais a florir como trigo no universo Lidar com o ser humano é suportar o inverno Não vou beber na fonte onde o saber é impotável Essa fonte mataria a sede a um génio improvável Não se cobre de vaidade quem não cobra pelo bem Feliz por ser palpitação no peito de alguém O lençol que me aquece brilha quando escurece Pérolas são feridas que o tempo endurece Neste reino do imundo eu sou seda que tinge Agora diz-me tu...o quê que te define?