Num lugar ermo Só no meu abrigo Aí terei meu tecto E meu postigo De longe em longe À luz das madrugadas Duas camisas Quem não tem lavadas? Aí serei meu dono E companheiro Dizei amigos Se não sou solteiro E se eu morrer O tecto que não caia Porque um mendigo Dorme de atalaia De quando em quando Chamo o perdigueiro Dizei amigos Quem chega primeiro Aí terei meu poiso À luz da veia Aí verei o sol Duma janela Tenho uma trompa Tenho uma cascata Tenho uma estrela No bairro da lata Olha o mar alto Olha a maresia Olha a montanha Vem rompendo o dia