O zé não sabe onde pôr as mãos E está fartyo de as ter no ar Não teve sorte com os padrinhos Nem tem jeito para roubar O zé podia arranjar emprego e matar-se a trabalhar Mas olha em volta e o que vê Não o pode entusiasmar E a cidade cá está para o entreter Indiferente e fria, disposta a esquecer Que a ansiedade é um mitotauro Que se alimenta de solidão E que a ternura é uma bruxa Que faz milagres Se a mente a deixa ser O zé está vivo e é das tais pessoas Que sentem prazer em rir Mas tenho visto ultimamente Esse gosto diminuir O zé experimenta um certo vazio Comum de uma geração Que despertou da adolescência Com "vivas" á revolução E a cidade cá está para o entreter Indiferente e fria, disposta a esquecer Que a ansiedade é um mitotauro Que se alimenta de solidão E que a ternura é uma bruxa Que faz milagres Se a mente a deixa ser