Alvorada canta o galo, aldeia nova O chão de sempre, a santa vida Vê-se o céu ensanguentado E o abutre junto à cova Mas ninguém dá a jornada por perdida Quantos filhos pelos séculos a Lisboa De paçãos a funcionários Eram moços de ovelhas Deram belos presidentes Com queda pra presidiários Bomba canção, bomba canção Canto artilhado Pró altar das feiras Já se foi Abril, fado pastoril Rodem ó parteiras Na parada dos heróis e vigilantes Era enorme a afluência Na parada dos culpados pela desgraça Ia um cão de duas patas sozinho na penitência E tu queres vir ensinar-me o que eu faço Quanta audácia, Cipião Sim, eu tenho ar de parolo e tu és parolo da cidade Mas qual de nós reluzirá na escuridão? Bomba canção, bomba canção Canto paviado de Óis a Montemuro Vai sarapatel e broa de mel Prá mesa do futuro Que bonito é Portugal De candeia na mão Sentado no sofá [Em frente à televisão] Findo o dia lá se esconde a varejeira Fé e ânsia em toda a parte Vou andando atrás de ti Só pra ver o pôr-do-sol Reflectido na traseira do teu Smart Bomba canção, bomba canção Canto artilhado pró fechar da feira Se era para sumir, toca a resistir Que hoje há baile na eira