[Produzido por KL Jay] [Verso 1: Mano Brown] Eu tenho algo a dizer e explicar pra você Mas não garanto porém, que engraçado eu serei dessa vez Para os manos daqui para os manos de lá Se você se considera um negro, pra negro será Mano, sei que problemas você tem demais E nem na rua não te deixam na sua Entre madames fodidas e os racistas fardados De cérebro atrofiado, não te deixam em paz Todos eles com medo generalizam demais Dizem que os negros são todos iguais, você concorda Se acomoda então, não se incomoda em ver Mesmo sabendo que é foda prefere não se envolver Finge não ser você, e eu pergunto: Por que? Você prefere que o outro vá se foder? Não quero ser o Mandela, apenas dar um exemplo Não sei se você me entende, mas eu lamento que Irmãos convivam com isso naturalmente Não proponho ódio, porém acho incrível Que o nosso conformismo já esteja nesse nível Mas, Racionais, insistentes nunca iguais Afrodinamicamente manter nossa honra viva Sabedoria de rua, o Rap mais expressiva (E aí) A juventude negra agora tem a voz ativa (Pode crer) [Refrão: Scratch] "Só quem gosta de nós somos nós mesmos" [Verso 2: Edi Rock, Mano Brown] Precisamos de um líder de crédito popular Como Malcolm-X em outros tempos foi na América Que seja negro até os ossos, um dos nossos E reconstrua nosso orgulho que foi feito em destroços Nossos irmãos estão desnorteados Entre o prazer e o dinheiro desorientados Brigando por quase nada, migalhas, coisas banais Prestigiando a mentira, as falhas, desinformado demais Chega de festejar a desvantagem E permitir que desgastem a nossa imagem Descendente negro atual, meu nome é Brown Não sou complexado e tal, apenas racional É a verdade mais pura, postura definitiva A juventude negra agora tem voz ativa [Refrão: Scratch] "Pois quem gosta de nós somos nós mesmos" [Verso 3: Edi Rock, (Mano Brown), Ice Blue] [Ice Blue] Mais da metade do país é negra e se esquece Que tem acesso apenas ao resto que ele oferece Tão pouco para tanta gente (Tanta gente) Tanta gente na mão de tão poucos (Pode crer) Geração iludida, uma ma**a falida De informações distorcidas subtraídas na televisão (Fodidos estão sem nenhum propósito Diariamente a**inando o seu atestado de óbito) (Pô, tô cansado de toda essa merda que eles mostram na televisão Todo dia, mano... Não aguento mais, é foda, mano...) Mas onde estão Meus semelhantes na TV, nossos irmãos? Artistas negros de atitude e expressão Você se põe a perguntar por que Eu não sou racista, mas meu ponto de vista é que Esse é o Brasil que eles querem que exista Evoluído e bonito, mas sem negro no destaque Eles te mostram um país que não existe Escondem nossa raiz, milhões de negros a**istem Engraçado que de nós eles precisam Nosso dinheiro eles nunca discriminam Minha pergunta aqui fica: Desses artistas tão famosos, qual você se identifica? [Interlúdio: Mano Brown] Então, Lecy Brandão, Moisés da Rocha Thaíde e Dj Hum, Ivo Meirelles, Moleques de Rua e tal E da Zona leste de São Paulo: Grupo DMN Pode crer, é isso aí [Verso 4: Mano Brown, Ice Blue] Nossos irmãos estão desnorteados Entre o prazer e o dinheiro desorientados Mulheres a**umem a sua exploração Usando o termo mulata como profissão É mal... Modelos brancas no destaque, as negras onde estão? Desfilam no chão em segundo plano Pouco original, mais comercial a cada ano O Carnaval era a festa do povo Era, mas alguns negros se venderam de novo Brancos em cima, negros em baixo Ainda é normal, natural 400 anos depois, 1992, tudo igual Bem-vindos ao Brasil colonial e tal Precisamos de nós mesmos essa é a questão DMN, meus irmãos, descrevem com perfeição, então Gostarmos de nós, brigarmos por nós Acreditarmos mais em nós independente do que os outros façam Tenho orgulho de mim, um rapper em ação Nós somos negros sim, de sangue e coração Mano Ice Blue, me diz: Justiça é o que nos motiva A minha, a sua, a nossa voz ativa [Refrão: Scratch] "Só quem gosta de nós somos nós mesmos"