A novidade veio dar à praia Na qualidade rara de sereia Metade, o busto de uma deusa maia Metade, um grande rabo de baleia A novidade era o máximo Do paradoxo estendido na areia Alguns a desejar seus beijos de deusa Outros a desejar seu rabo pra ceia Ó, mundo tão desigual Tudo é tão desigual Ó, de um lado este carnaval Do outro a fome total E a novidade que seria um sonho O milagre risonho da sereia Virava um pesadelo tão medonho Ali naquela praia, ali na areia A novidade era a guerra Entre o feliz poeta e o esfomeado Estraçalhando uma sereia bonita Despedaçando o sonho pra cada lado Ó, mundo tão desigual Tudo é tão desigual Ó, de um lado este carnaval Do outro a fome total