somos a fachada de uma coisa morta e a vida como que a bater à nossa porta quando formos velhos se um dia formos velhos quem irá querer saber quem tinha razão de olhos na falésia espera pelo vento ele dá-te a direcção ninguém é quem queria ser eu queria ser ninguém a idade é oca e não pode ser motivo estás a ver o mundo feito um velho arquivo eu caminho e canto pela estrada fora e o que era mentira pode ser verdade agora se o cifrão sustenta a química da vida porque tens ainda medo de morrer faltará dinheiro faltará cultura faltará procura dentro do teu ser ninguém é quem queria ser eu queria ser ninguém diz-me se ainda esperas encontrar o sentido mesmo sendo avesso a vê-lo em ti vestido não tens de olhar sem gosto nem de gostar sem ver ninguém é quem queria ser ninguém é quem queria ser eu queria ser ninguém