Se o mar se esquece O meu automóvel voa E espera por mim Toda a Europa à proa Brilha auto-estrada ao fundo Em néon Leva-me a ver o mundo Quem sabe a cópia a cor De outro Adamastor E eu seja o desejado Das loiras dos olhos azulados O quinto império és tu Doce pecado Que ao autonautas sabem Das ninfas entre as flores E eu também Vou pela estrada Multiplicando as cores Cuida meu carro a curva Cuida minha sorte Quando a montanha Já se desventra a norte Agora a noite Toda em granito Cinzela o espaço infinito Quem sabe ao longe a luz De outra Vera Cruz E se não mudou meu fado Muda agora e pronto Está mudado Deixei meu estuário Está deixado Atravessando as serras De viriatos e flores Eu também Vou pela estrada Multiplicando as cores Dizem-me adeus Cruzando os céus Além Vénus e as Graças Coisas que o mundo tem Como se fossem luas Levam saudades tuas Se de todas as Graças nuas Só tu meu bem… Tu ó sensual escultura ó morena cultura De olhos peregrinos Dos campos de azeite E da cor tinta dos vinhos Que se derrama Vira a norte e veleja Sobre as cordilheiras Num mar de trigo e de cerveja Quem sabe eu seja Outra vez navegante De incandescentes avenidas Que se deslumbra Enquanto a cidade grande Espera longitroante Na plena força dos motores Vou pela estrada Multiplicando as cores