[Verso 1] Vem na moral, dobrando a esquina Farol apagado, cano pra fora, dobrando a esquina No meio da neblina, no meio da rua QSL, tático móvel na captura Rádio acionado, retrato falado, suspeito sou eu Na mira de um tático com ferro ou papel na ocasião Cada vez mais perto, acelera meu coração Com flagrante ou sem flagrante, se pá, tá limpo Na madrugada, pra políicia, todo mundo é bandido (é) Cada vez mais, chegando devagar Sou eu no alvo, eu na mira eu no radar Me lembro rapidamente da favela Daquelas cenas que a**isti no Cidade Alerta O camburão colando e metendo balas Portas batendo, os corpos no chão furados na bala As pessoas a**ustadas no local Assa**inato de quebrada é natural Periferia de ponta a ponta sabe Fato polêmico, real, sem disfarce A minha história não tem no dicionário Aurélio Um pingo é letra pra macaco velho Vai entender, ladrão, a minha língua No meio da neblina, o tático cinza [Refrão] Tático cinza, tático cinza Vem na moral, dobrando a esquina É o tático cinza, tático cinza Vem na moral, no meio da neblina Tático cinza, tático cinza Vem na moral, dobrando a esquina É o tático cinza, tático cinza Vem na moral, no meio da neblina É o tático cinza, tático cinza [Verso 2] Sinto o medo no momento me dominando Desespero cada vez mais me sequestrando A barca se aproximando, chegando perto Meu corpo agonizando, a um pa**o do inferno Você não é ninguém, você não é nada Sem Deus com você ou seu anjo da guarda Eu aqui parado, cada vez mais tenso Coração acelerado, as pernas tremendo Três elementos, no mínimo; quatro, se pá Assa**ino, rosto encapuzado, farol apagado Na minha direção, uma matraca e uma doze de repetição Penso comigo "fodeu, já era" Mais um corpo pra debaixo da terra Mais uma alma saindo de um corpo Mais um jovem brasileiro morto Fazer o que? Já nem conto mais com a sorte No pensamento é Deus e São Jorge Guerreiro protetor que me acompanha Eu vejo o tático chegando na campana Vem na moral, fazendo a curva Silencioso, todo apagado, na captura de quebrada Na madrugada, sou eu na mira No meio da neblina, é o tático cinza [Refrão] Tático cinza, tático cinza Vem na moral, dobrando a esquina É o tático cinza, tático cinza Vem na moral, no meio da neblina Tático cinza, tático cinza Vem na moral, dobrando a esquina É o tático cinza, tático cinza Vem na moral, no meio da neblina É o tático cinza, tático cinza [Verso 3] Será meu Deus que eu vou morrer dessa forma? Morto por tiros, meu sangue pra fora Não vou correr, não vai adiantar Eu to sentindo a morte vindo me buscar Lembro da minha mãe dizendo pra mim "Que Deus te abençoe, meu filho, e que você seja feliz" Me lembro de uma pá de mano guardado Salve, salve, Faxina, Renato A minha mente dispara, o coração acelera Já to imaginando o caixão e as velas acesas O necrotério lotado, várias pessoas chorando E os comentários "foi a polícia, foi a polícia" Aqueles filhos da puta de farda cinza Tudo isso eu penso em fração de segundos Mas, com certeza, eu sei, sou mais um defunto Ele vem vem devagar e na maldade Lá dentro tem uma rapa de covarde Eu to escutando um barulho conhecido Tipo a**im, mais ou menos de gatilho Meu moleque vai chorar e vai ser foda Quando ele olhar o meu corpo descendo na cova Que sufoco, parece pesadelo Não sou o último e nem o primeiro Não vejo a placa nem o prefixo Só o farol brilhando o meu crucifixo De repente eu escuto uma voz bem seca "Deitado no chão, filho da puta, mão na cabeça" O final é esse daí, você já sabe Mais um jovem morto pelos covardes [Refrão] Tático cinza, tático cinza Vem na moral, dobrando a esquina É o tático cinza, tático cinza Vem na moral, no meio da neblina Tático cinza, tático cinza Vem na moral, dobrando a esquina É o tático cinza, tático cinza Vem na moral, no meio da neblina É o tático cinza, tático cinza