Vancê num sabe como é bom vivê Numa casinha branca de sapé Uma muié a nos fazê carinho Uma galinha, dois ou três pintinho Se o sór tá quente a gente arranja rêde Garra a viola prêsa na parede Acende o pito, gospe e pa**a o pé E deixa a vida como Deus quizé Eh! vida marvada Num dianta fazer nada Pru que se esforçá Se não paga a pena trabaiá Num sei pruque que aqui num nasce nada É só capim, só mato, espinharada Não nasce arroz, nem mio, nem feijão Num sei o que que existe neste chão De manhã cedo eu óio pra rocinha Pra ver se as vez nasceu quarquer coisinha Mas quar o que não nasceu nada não Prantando nasce, mas não pranto não Eh! vida marva Não adianta fazer nada Pru que se esforcá Se não paga a pena trabaiá