Eduardo - O Locutor do Inferno - Recaída lyrics

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Eduardo - O Locutor do Inferno - Recaída lyrics

[Verso 1] Pela vigésima vez fraquejei não resisti Depois de um mês longe do crack, recaí Carbonizei no cachimbo as esperanças da família Que deixou na clínica todas economias Com as câimbras abdominais e o suor excessivo Esqueci o empréstimo consignado pra me manter vivo A convulsão da abstinência venceu a laborterapia A dinâmica de grupo a reunião emotiva Me dei alta do tratamento pré-escrito Fugindo do centro de recuperação pra dependente químico Mais uma vez virei caça da equipe de remoção Com sua ambulância à postos pra reinternação Não comecei com maconha como escreve a Veja Mas com um parente oferecendo um copo de cerveja Eu era um jovem normal que pra secretaria municipal Não se encaixava na política de saúde mental Cheirava, dava uns dois, controlava a situação Até ouvir "dá uma pipada e experimenta a sensação" Em uma semana troquei a vocação pro estetoscópio Por seis meses de vida no novo vale dos leprosos Minha mãe só entendeu meu comportamento de risco Quando um vapor veio cobrar o que eu tinha consumido "Aí tia, sem querer apavorar Seu filho deve 100 conto e vai morrer se não pagar" [Refrão] Recaí, tô de volta ao itinerário das covas Onde a c**a solidificada forma as pedras preciosas QI devastado, sigo na fissura Pronto pra esquartejar por 5 minutos de loucura [Verso 2] Em vez do governo dar a**istência clínica Ergue muro pra eu não roubar o motorista da Captiva Tô de volta as pistas e aos golpes estratégicos Adequados à degradação dos meus músculos esqueléticos Tenho que catar vítima que não esboça reação No meu estado nem com idosa da pra sair na mão Outro dia juntou uns bico pra me linchar Dei um bote num relógio e não tive fôlego pra vazar Não é a droga que põem cadeado no calcanhar É o processo estatal de aliciar, viciar e abandonar Pro sistema quanto mais legiões de viciados Menos políticos cobrados, condenados e ca**ados A população das cracolândias não exige trabalho Escolas, universidades, aumentos de salário Devo ter uns 50% de neurônios vivos Atormentados por sintomas, paranoides e delírios As preocupações da minha saga depressiva É fumar e não cair na limpeza social dos lojistas A droga só é a decisão acertada Pra quem quer a mãe no Ministério da Saúde acorrentada Implorando leitos pra dependente em hospital Psiquiatra no centro de atenção psicossocial Medida drástica a fechadura foi trocada Enquanto não aceitar me tratar tô expulso de casa [Refrão (x2)] Recaí, tô de volta ao itinerário das covas Onde a c**a solidificada forma as pedras preciosas QI devastado, sigo na fissura Pronto pra esquartejar por 5 minutos de loucura [Verso 3] O SUS não trata viciado pra não quebrar o acordo fechado Com a fazenda de desintoxicação do empresário Pra dependente a única vaga do setor público É na quadra 1 do cemitério dentro de um túmulo O que ignorante vê como desculpa pra delinquência Pra Organização Mundial da Saúde é doença Mereço respeito, amor e solidariedade Como o portador de Aids, diabetes, Alzheimer Era verão e nenhum corre tinha sido frutífero Precisava saciar a fome do meu vicio mortífero Lembrei do meu caixa 24 horas antigo Que a quase um ano não falava comigo Pulei o portão da minha ex-casa e invadi Minha mãe na cozinha aterrorizada, olhou pra mim Tentou se defender da minha fúria com a va**oura Pus pra dormir com um direto no meio da boca Transtornado, espancava a pessoa que mais me amava A fissura me consumia e pra mim ela era a culpada Peguei um quadro na parede e uma batedeira E corri mais rápido que Usain Bolt pra biqueira Depois do efeito da noitada acordei na delegacia Sendo afogado sem entender pelo plantonista Fiquei incrédulo quando os socos curaram minha amnésia Como pude matar minha mãe com trinta facadas por uma pedra?