[Verso 1] É quente, atiro na testa se a vítima reagir Mas não ergo campo de concentração pra me divertir Somos até capazes de decretar um rival Mas nunca investimos em an*lfabetismo funcional No pântano sórdido da atmosfera mesquinha Somos os cravos indefesos em meio as ervas daninhas Não quero ter galpões fétidos como a Nike Pra escravizar os rejeitados da sociedade Nem navegar nas gôndolas de Veneza Patrocinado por pratos vazios sobre as mesas Mesmo estando no Repórter Record estereotipado Não simbolizo o mau que deve ser extirpado É no clube de campo e cavalgando na hípica Que tão os que atendem a Escala Hare de psicopatia Os que nos fazem deixar cabeça em frente de delegacia Pra mandar ameaça subliminar pra polícia Favelado não criou a ONU, o Banco Mundial Nunca dizimou pra fazer propaganda de arsenal Jamais vestimos túnicas pra caçar um membro de outra etnia pra linchar e enforcar Armas biológicas e químicas não são obras do morro A genética da tirania vem do berço de ouro No juízo final eu posso garantir Que não é nosso rosto que Deus vai cuspir [Refrão (x2)] Mesmo retalhando bases de moto e furador Não temos 1% da maldade do opressor Na paisagem militar com escolta e blindado Somos os cravos que florescem em meio ao holocausto [Verso 2] Sequestramos menos que o mercador na África Carbonizamos menos que as fogueiras sagradas Roubamos menos que os clientes dos carros fortes Não temos 1% dos homicídios dos esquadrões da morte Na lista dos maiores ditadores da Terra Não li um nome saído dos becos da favela Pode quebrar o nosso sigilo bancário Não tem fortuna feita com câncer e feto mal formado Não respondemos pelos crimes da indústria tabagista, farmacêutica, alcoólica, televisiva, armamentista Ocupamos os bondes do 157 e transferências Porque não fomos convidados pras feiras de ciência Pela indução diária a trilha dos ParaFAL Em vez de pena, merecíamos perdão judicial É hediondo por no roll dos reeducando Os que foram expulsos dos livros de formandos Somos os menos responsáveis pelos corpos no tambor Repletos de cal pra afastar farejador Não fomos nós que colocamos a barbárie no dicionário Nem as negociações pra rendição no vocabulário Antes de enforcarmos com o cinto de segurança Já tinham feito check-in pra Dubai via carne humana Antes do Masp ficar sem Portinari e Pica**o Já tinham nos feito chamar de lar um pedaço de plástico [Refrão (x2)] Mesmo retalhando bases de moto e furador Não temos 1% da maldade do opressor Na paisagem militar com escolta e blindado Somos os cravos que florescem em meio ao holocausto [Verso 3] O engenheiro que põem no gol fundo pra droga Foi formado pelo endinheirado patriota na Copa Por trás do AK no gueto, um fator social Por trás da Montblanc, um Jason real Que só por transformar estuprador em descobridor Merecia sufocar enrolado num cobertor Ser dispensado dentro de um caminhão de lixo pra ser esmagado ainda vivo Numa evolução correta era nóis de Cherokee E os insetos da burguesia com a ma**a de polir Quando não exercitamos a nossa autoestima E escória nos equipara a chave inglesa e bobina Também me senti inferior olhando vitrine Namorando os bagulhos que só podia ter no crime Mudei quando vi a trama dos reis do camarote Que brindam nossa morte com Crystal e Ciroc Que são imunes a processo e ação de polícia Mas não a munição gangsta da minha rima Deixei de beber no cálice da submissão Pra ser o ativista que ataca Saddams com um mic na mão Quem tem coragem pra desejar Primaveras Árabes E temporadas de facões pra tiranos covardes? Que tem coragem pra afirmar que os cravos do holocausto Comparados aos playboys são bebês no berçário? [Refrão (x2)] Mesmo retalhando bases de moto e furador Não temos 1% da maldade do opressor Na paisagem militar com escolta e blindado Somos os cravos que florescem em meio ao holocausto