Eduardo - O Locutor do Inferno - A Mesa de Autópsia lyrics

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Eduardo - O Locutor do Inferno - A Mesa de Autópsia lyrics

[Verso 1] Não vou por na guilhotina a cabeça do favelado Me adaptando ao mercado de produto vendável Meu mundo não é animação da Pixar Pra vencer os manos reeditam o cangaço de HK Sequestram a família do motorista do carro forte Pra no local combinado entregar os malotes Antes de crer no progresso vendido pelo falsário Veja o preso afogado pelo GOE no vaso sanitário Comprove que na selva da aflição a melhor perspectiva é clonar uma Dafra pra entregar pizza Não sou radical, só não ignoro a furadeira do ortopedista reconstruindo ossos O dreno na cavidade torácica aspirando sangue Pra controlar a hemorragia provocada por 12 pump É ciência exata o impedido de cursar a disciplina Se destaca na rua na função de disciplina Pêsames pra quem gera o M14 alugado Que deixa cliente da Apple imobilizado no lacre plástico Seu fim é ser destaque no site macabro Que ele goza clicando em foto de pobre desmembrado Minha revolução é deletar o fenômeno surreal Que faz faminto ser da Boito cliente preferencial Só ponho o pino de volta na granada de revolta Quando a favela sair a mesa de autópsia [Refrão (x2)] A verdade não pode ser afogada num falso mar de rosas A alegoria não apaga pêsames, desnutrição e pólvora A verdade não pode ser afogada num falso mar de rosas Ao som do trio a favela é rasgada na mesa de autópsia [Verso 2] O ambiente não é fashion como a Daslu Não vou enganar quem vai morrer esperando o SAMU Quem vai receber aviso impactante "Seu ente deu entrada com dez ferimentos penetrantes" Ao top de 5 segundos uma licença no serviço Pra um pai seguir pistas sobre o sumiço do filho Tentar achar quem o viu pela ultima vez no bar Quando o sargento enforcou com cadarço até desmaiar Resista a alienação, não seja influenciado Sua liberdade é inferior que a condição do antigo escravo O ódio de cla**es tá na sua frente documentado Nos MBAs, CNPJs sem a**inatura de favelado A paz do horário eleitoral não chega no morro Que todo mês tem confronto e comandante novo O Brasil que eu vejo tem ódio racial em panfletos Sites e pixações contra nordestinos e pretos Tem TV evangélica fingindo teor jornalístico Pra da close em buceta em reportagem de meretrício Aí, doutor, quer minha letra sem rancor? Então não prende menina em cela de estuprador Então remunera professor com salário decente Pra na prova do Enem ter chance pra nossa gente Sente minha munição sonora nas suas costas Ela arderá enquanto a favela tiver na mesa de autópsia [Refrão (x2)] A verdade não pode ser afogada num falso mar de rosas A alegoria não apaga pêsames, desnutrição e pólvora A verdade não pode ser afogada num falso mar de rosas Ao som do trio a favela é rasgada na mesa de autópsia [Verso 3] Na guerra suja promovida por dono de frota de avião A única lei válida é a lei de Talião Calibre por calibre, caixão por caixão Cai um no enquadro, cai gambé fazendo bico no sacolão Quando injetam a fome esperam como efeito Não só o retardo psíquico pra você não aprender direito Também a cena com você no Wal-Mart cercado Fechando com negociador a liberação de funcionário Quanto mais concerto dos tiros Mais verba pra ONG e partido político Preferia no governo traficantes com FAL Em vez dos que acham que copa não se faz com hospital Tem um provérbio judeu que eu respeito "Aquele que salva uma vida, salva o mundo inteiro" Porém tenho um próprio que eu acho mais pertinente "Mundo salvo só com tirano em óleo fervente" Tudo gira em torno dos menos favorecido É você que a**iste a TV, compra o produto do executivo É crucial abandonar posição de pedinte Pra expectativa de vida ficar acima dos 20 Põem no meu túmulo um epitáfio igual do guerrilheiro Como Marighela não tive tempo pra ter medo Enquanto querem fazer do rap jingle da moda Eu dou a vida pra tirar a favela da mesa de autópsia [Refrão (x2)] A verdade não pode ser afogada num falso mar de rosas A alegoria não apaga pêsames, desnutrição e pólvora A verdade não pode ser afogada num falso mar de rosas Ao som do trio a favela é rasgada na mesa de autópsia