[Verso 1] Reinício no front é aprender viver sem o ente querido Na cova ou esperando progressão num presídio É o dia seguinte após o trauma esquelético Causado pela divisão anti-sequestros Cada ficha reprovada no quesito racial É um recomeço pra não dá pro boy bronze artificial Pra não pa**ar doutor do estado sólido pro gasoso Fazendo célula evaporar dentro de um forno Percebi sem Mackenzie a aptidão do indigente Recuperar lesões de canetadas e perfuro contundentes Sem administração penitenciária Vi mano se auto-regenerar e não enquadrar à imobiliária Histórias são reescritas com suco gástrico corroendo Milhões de estômagos privados de alimento Se a úlcera da fome não te faz explodir magistrado Tem que efervescer sua fúria contra abastado Moral e bom costume pra cla**e parasita É mandar tropa abrir caminho pra ocupação de milícia Pensar não evita o D e E da rotulação Mas tira o Sony Xperia do conceito de ascensão Reverte a escolarização branqueadora de ideia Que te faz morrer pelo Q3 tentando uma vida europeia No meu calendário seu mundo só acaba Quando sua cabeça for esfacelada pelos Mobutus e Dadas [Refrão (x2)] Só quando a Ruger incinerar seu DNA São extintas as chances pra recomeçar O ponto do legista, arquitetado por racista É a única tragédia que não pode ser revertida [Verso 2] Não dá pra por flores nas espingardas Mas imagino como Lennon uma humanidade desarmada Pessoas em estado físico natural Sem pensamento belicista e entorpecimento legal Não se constrói a paz com tanques de guerra Com pelotões desmembrando moradores de favelas O que faz tremular a bandeira de trégua Não são UPPs, mas unidades educacionais e médicas A estupidez como ferramenta civilizadora Deixa o juiz e o condenado cercados por metralhadoras A cada segundo um caixão nas cordas Via sniper, protozoários, dietas hipocalóricas O rigor mortis por falta de proteína vital Não é morte natural é limpeza social Às vezes me sinto sonhador eu confesso Puta ousadia mudar o mundo disparando versos Meu pessimismo não venceu a esperança De acabar com a demanda por diamante de criança A inclinação natural de se reconstruir Surge junto a retirada da Sabot no bisturi Quando a medicina de guerra não mata fortalece Põem valores como a liberdade no lugar de Corvette As estrofes marginais foram meu grupo de ajuda Me reabilitaram e me fizeram um instrumento de luta [Refrão (x2)] Só quando a Ruger incinerar seu DNA São extintas as chances pra recomeçar O ponto do legista, arquitetado por racista É a única tragédia que não pode ser revertida [Verso 3] Em vez de tá explorando plano extraterreno Rival prefere disseminar uniforme de preso Estabelecer que no octógono real pobre não vence Acaba com larva instruindo entomólogo forense Nos quer tentando vida nova depenando o casório Da noiva filha de um magnata do petróleo Ou esperando o Conselho Nacional de Justiça Nos oferecer o programa começar de novo na penita Por isso não vim pra desativar circuito interno Mas pra invadir normas, regras e decretos Não quero os 500 mil atrás da tela de Botticelli Só a Piloto escrevendo USP na sua pele A contra gosto canto sobre amputações traumáticas Estágios de putrefação, Thompsons automáticas Tô onde glândula lacrimal trabalha dobrado Onde a Blazer na neblina colapsa o traumatizado Cansei de lugar ao sol com blusa em cima da outra Pra deixar PM caçando característica de roupa Da meta ser, ter conceito no campo minado Pra ser resgatado e deixar escrivão trancado Ferido, faminto recomece se for necessário Mesmo pobre Jesus foi grande revolucionário Tá no seu gene o ódio contra os grilhões da sociedade É herança dos que morreram pela liberdade [Refrão (x2)] Só quando a Ruger incinerar seu DNA São extintas as chances pra recomeçar O ponto do legista, arquitetado por racista É a única tragédia que não pode ser revertida