Pintaram o meu chão de vermelho... Vermelho, vermelhaço Vermelhusco, vermelhão São diversos vermelhos Mas nenhum é como seu vermelho profundo Profano Explano aos quatro cantos Por onde passo Vermelhos mundanos Causam mudanças de planos Com efeitos ufanos Seduzem tiranos Te demonizam com mentiras Mas eu não me engano Seu coração na minha mira Inimigos provarão da minha ira *** Seu andar torto me inspira Mas nem tudo são cores Flores caem e o sangue espirra Ideal, prazer e desejo que expira A mente pira Vida real ou imaginação Estado de exceção Vermelho na parede é pixação Protesto, manifestação Escrita parietal Rabisco sentimental Não é algo ban*l Com o caminho fechado E o coração rachado Desvio para o vermelho Vermelho imortal Provocativo, intenso, indomável Seu gesto é inflamável Me incendeia Incandeia Me liberta da cadeia Panaceia universal Vermelho Coral na ponta dos dedos Com cuidado marca a pele escura Se mistura o urucum e o mistério de um vale Religação do cordão umbilical Valente! Adoro vermelho em dias cinzentos Calor do colo Cânticos de dor Cânticos de cor quente É sinal de alguém por perto Abraço apertado E nasce um novo desenho Um largo riso envergonhado Alguém passou batom nos lábios do sol Adornado com um colar É sinal de calor colorindo o ar E há ciranda Vinte palavras girando ao seu redor Cuidado! Muita calma senhor Não se avança o sinal! Alerta de violência Sangue nos olhos Saldo bancário em baixa Rubro nas veias Quero rubis, hibiscus Morangos e amoras Suco de acerola com maçã Na escola não aprendemos nada disso A professora não explicava nem o que era genocídio Maldade Uma mentira deles, dez verdades Só caô Só causou, pra mostrar serviço Em qual mentira vou acreditar?