Amigo escute com calma A minha pobre canção Que traz lembranças da alma Guardadas no coração Há quase dezoito anos Um sertanejo menino Partiu seguindo o destino Buscando uma ilusão Só muito tarde entendeu Que a sua felicidade Era viver de saudade Do seu amado sertão Marcado pela tristeza Desesperado e aflito Fez versos à natureza E àquele solo bendito Nas matas, campos e lagos Encantos de uma terra Citou o alto da serra No amanhecer mais bonito E o astro rei majestoso Nas manhãs mais coloridas Pintando quadros da vida Na tela do infinito Que vida mais cor-de-rosa A sorte deixou perdida A estradinha mimosa De minha infância querida Porque sou eu o caboclo Que por missão ou vaidade Deixou a felicidade Na terra nunca esquecida Quis o destino mandar-me Sentir na grande cidade O alvorecer da saudade Já no poente da vida Voltar não pude é verdade Pra terra dos madrigais Pra não morrer de saudade Com a falta dos velhos pais E hoje o tão qual quebrado Herança dura da sorte Espero antes da morte Nos meus instantes finais Que deus permita que eu sonhe Com aqueles campos e flores Na terra dos meus amores Que eu não verei nunca mais