Na quermesse da miséria, Fiz tudo o que não devia: se os outros se riam, ficava séria; se ficavam sérios, me ria. (Talvez o mundo nascesse certo; mas depois ficou errado. Nem longe nem perto se encontra o culpado!) De tanto querer ser boa, misturei o céu com a terra, e por uma coisa à toa levei meus anjos à guerra. Aos mudos de nascimento fui perguntar minha sorte. E dei minha vida, momento a momento, por coisas da morte. Pus caleidoscópio de estrêlas, entre cegos de ambas as vistas. Geometrias imprevistas, quem se inclinou para vê-las? (Talvez o mundo nascesse certo; mas evadiu-se o culpado. Deixo meu coração – aberto, à porta do céu – fechado.)