[Verse 1: B'ta F] Tu és a capa que dás ao Mundo E o que me capta é a metade da barca que vai ao fundo Eu sou miúdo e só me iludo com nada e com tudo Nem a palavra me safa, mas é aliada, contudo Ainda a**im aposto na pista, e mostro-te a vista E estou disposto a ir ao fim pelo que gosto na vida Mas só me encosto à viga sem ver se corres ao meu lado Enquanto sonho que o teu gelo um dia morre no meu lago Junto a um beijo e um olhar que nos torne em nós Porque o que eu vejo sem olhar são laços, não nós Mas tu não olhas para as flores que eu colho com tanto medo De me picar e de ficar sem retorno, e em mim sem ledo Atiro a vida numa tela e vou seguindo o que pinto Deixei morrer tanta jola e nem te digo o que sinto Gastei tanta rima boa numa garrafa de Douro E tu na tua, eu na toa, limpo a folha do meu choro De festa em festa, avisto testa e testa E tu ficas e brilhas, o que resta não presta O barulho do teu silêncio é tão forte Mas orgulho morreu sozinho no vazio da sua fome Porque é queima o que brilha? Porque é que te custa seres-te? Porque não és minha se eu sou teu sem tu saberes? Bebe um copo e deixa me dar-te carinhos que eu quis são Porque eu também sei voar sobre os caminhos que aqui estão E saio a noite só para te ver e arrepender-me de tê-lo feito Porque é pelo peito que eu estou a viver e hei de morrer pelo peito E se não morrer satisfeito e o destino for só desfeito Sei que tentei o caminho certo por mais que fosse estreito E tu se fores vem, e larga os vícios que em ti metes Vida rente não substitui sentimentos Tu também sentes e mentes que a indepêndencia te impede E que és diferente, e vences numa vivência sem dread f** that, eu cá a**umo que sumo da minha rota Se o teu lume não ruma contra o vazio da minha toca Mas na noite tu a**inas por baixo da minha dica E o sentimento que revelas que sai um dia fica E a gente fica bem, e o noventa fica cem E aí a gente tem-se, e aí o vento é lei Mas isso é pensamento, agora é lenços e quentes Banhos que eu tenho, para entender se lutar tanto rende Preciso de um momento, preciso de um manto Preciso do tempo em nada me dizia tanto De quando ignorava um perfume igual ao teu Agora sinto em mim dor profunda igual ao céu Tu voas eu fico cá, a gastar um tic-tac De coração em coração a ver se um dia mico paz O que me faz é que desfaz por mais que doe o que perdura Se amar for a chave alguém mudou a fechadura Eu dou-te a lua, eu dou-te espaço Eu dou tudo o que tenho dá-me um pedaço De ti, da vida, eu dou de mim, juro eu dou a rima Rasga os poemas que eu te dei, ou ama-os eternamente Usa as palavras que eu gastei para fazeres render a mente Dizes que não há dor, precisas da vida em cor E que te mostrem que não és tão forte que não precisas de amor I'm gone