[Refrão] Cade você, Linda minha? Onde você se meteu? Volta pra casa minha filha de volta pro que é seu Cade você, Linda minha? Onde você se meteu? A culpa também foi minha, o erro também foi meu [Verso 1] Era Linda seu apelido de infância O orgulho da casa nos tempos de criança Era lindo o jeitinho que ela falava "Dá a bola, pilulito, mamadela, bala" Mas o tempo foi pa**ando e ela foi crescendo Fazendo uns amiguinhos e a rua conhecendo Tinha uma velha bicicleta que sua mãe lhe deu Que ganhou na diária da quinta, graças a Deus Pois o dinheiro pra comprar não tinha, tava difícil Nunca sobrava, era conta, mais contas e fora o vício Cigarro e cervejinha no fim de semana Um namorado, mãe solteira, era a**im dona Ana Não dá nada... mas se ponha no lugar de Linda Com a mente em informação olha o que ela via E nas ruas crianças se espelhavam em bandido Fumando crack, armados e viam o que era proibido [Refrão] Cade você, Linda minha? Onde você se meteu? Volta pra casa minha filha de volta pro que é seu Cade você, Linda minha? Onde você se meteu? A culpa também foi minha, o erro também foi meu [Verso 2] Conhecia o mundo de uma forma distorcida Quem tá ligado já sabe que é isso que o mundo ensina Roubar, fumar, beber, o que vir na mão Fazer o que o diabo gosta é que é diversão Ficou amiga de Karol, formada no crime Chapava o coco na cerva e o resto imagine Começava com o beque, então pó, depois crack Depois desse ponto não sabe o tamanho do baque Um dia inventou, pra sua mãe um caô Que ia dormir na Karol que o pai dela viajou Ao invés disso foi num frevo na casa dos moleques Tomou todas, chapou com a Karol no beque Eram cinco camaradas, só tinha elas duas "Que que cê acha que nóis faz com ela toda nua" Mas Linda não quis, se recusou, não dá Mas agora é tarde, não adianta chorar Levou o murro na cara, fizeram o que queriam Karol tentou ajudar, os moleque sorriam Depois de fazer de tudo, bateram até se cansar E Linda ficou tão feia: não dava pra comparar Com aquela criança que falava errado Toda desfigurada, escondida no mato E você acha sua filha num terreno baldio E lembra da sua infância e do que ela viu [Refrão] Cade você Linda minha Onde você se meteu Volta pra casa minha filha De volta pro que é seu Cade você Linda minha Onde você se meteu A culpa também foi minha O erro também foi meu [Verso 3] Hoje no enterro de Linda eu me lembro Das coisas erradas que via e me arrependo Se eu pudesse voltaria atrás e mudaria os atos As besteiras que fiz, seria o contrário Desde pequena ela viveu uma vida toda errada Via os meus maus exemplos, minhas paradas erradas Não dá nada pensava: "Não to matando ninguém" "Não faça o que faço pro seu próprio bem" Mas não é a**im; eu aprendi que a minha vida ensina Tudo que sou é espelhado em que vê o meu dia-a-dia O que eu faço conta muito como vai ser a criança do meu lado no futuro E que a morte de Linda não seja em vão Te faça refletir, atingir seu coração No desejo de mudar e ser um bom exemplo Em tudo que cê faz, oh, Deus tá vendo