[Verso 1: GOG] Cavalo sem dono selvagem, não aceita rédias Tenho minhas leis, minhas próprias regras Como um corcel negro, desfilo o meu dote Atento às mudanças, concentrado no meu trote Em meio à selva bruta, sigo em disparada Árvores centenárias na beira da estrada Não suportaram o vento, soprou a carcaça Cavalo sem dono selvagem o domador não laça Aperto o pa**o, no compa**o, falo do que faço Conto os altos, baixos, a rota eu quem traço Trilhas tortuosas, terrenos baldios Contra correnteza (ho), atravessando rios Não usa cangalha, o gigante Andaluz Pa**eia livremente, ele mesmo se conduz Pela natureza, me sinto contemplado Mas não estou livre, sou alvo de atentados Fui quase abatido, era fogo amigo Recuperado, só levanto e prossigo Tentaram me comprar com palavras e presentes Caíram a quilômetros, meu coice é potente Convidaram pro banquete, rasguei o convite Cavalo da favela não se envolve com a elite Segue seu galope, o puro sangue gueto Marcha vivo, leva a vida, vive do seu jeito [Refrão 2x: GOG e RAPadura] Cavalo sem dono selvagem (ho), não aceita rédias Tenho minhas leis, minhas próprias regras Cavalo sem dono selvagem (ho), não aceita rédias É o seu maestro, rege sua orquestra [Verso 2: GOG] Cavalo sem dono selvagem quando é domado Manso quer descanso, ideal pra ser montado Aceito no rodeio, coloca logo o freio Aperta a barrigueira, o rabicho põe arreio Calça ferradura, tem rédea tem espora Cavalo manso, baixador, não se joga fora O montador amarra o cabresto lá no poste Trocando pernas, poucas horas, isso se der sorte Olhar é limitado, sem visual de lado Balançando, abanando as moscas com o rabo O lado inteligente totalmente atrofiado O chip implantado gerou um cérebro amputado Flashs do pa**ado, fugir é arriscado À base de capim, milho é alimentado Ao chicote do patrão está sempre obediente Resta só o corpo do que era antigamente Já frequentou o haras, tinha pedrigree Hoje puxa carroça, pra aqui e pra ali Anos de trabalho, sempre dedicado Doente, velho, cego ele foi sacrificado Avante marchadores de todas chapadas Afastem-se das baias, ocupem suas raias O maior tesouro, o bom cavalo sabe Nunca venda, nem empreste a sua liberdade [Refrão 2x: GOG e RAPadura] Cavalo sem dono selvagem (ho), não aceita rédias Tenho minhas leis, minhas próprias regras Cavalo sem dono selvagem (ho), não aceita rédias Nortistas nordestinos rasgam os caminhos de pedras