Entre torres e favelas vejo a lua flutuar Vejo o mar bater nas pedras Da cidade onde chorei por você Foi-se a noite sertaneja que sonhei no estrangeiro Estilhaços de recordação onde eu nunca voltarei A cidade é uma serpente se não falha o meu repente eu vou só Toda cidade é uma lenda, lendas de ferro e cristal Ruas de luz e de penas, cenas de fogo e jornal Ee... oo... Vai batendo a velha noite no subúrbio da tristeza E a madrugada sai num trem azul no céu Abrigando a luz da ilusão São olhares sem janela derramados na sarjeta
Pa**arada, negra solidão, traficando a última visão As cidades são espelhos, tantos olhos, tantos olhos tão sós Toda cidade é uma lenda, lendas de ferro e cristal Ruas de luz e de penas, cenas de fogo e jornal Nas esquinas do deserto, as meninas são sereias Nas migalhas da televisão eu procuro por você São atlântidas concretas baseadas na pobreza Babilônias da desconstrução sob a lama dos meus pés As cidades são cometas, vão embora porque somos tão sós