[Xamã]
Te trouxe rap mãe e uma c**ada no trem
Catei uma rosa no canteiro
E trouxe um dinheirinho também
Pra fazer umas compras vi
Que a senhora não pinta mais o cabelo mas
Quando sorri ainda me me encontram
Ainda curte o mesmo programa de sempre
Mudou de penteado mas sempre com o mesmo pente
Desculpa ter sumido
E que eu estava me procurando
Nesse tal mundo perdido
E acabei não me encontrando
Ainda não estou rico mais óh
Tô tentando... inseguro eu nunca fui
Nem com a senhora me segurando
Enquanto a lágrima não flui
É que a vista já tá secando mãe!
Eu vi tanta coisa ruim se aproximando
Me lembro de cada sopro que curava minha ferida
Poxa mãe eu vi tanta coisa errada nessa vida
Já tive tanta coisa hoje uma calça comprida
Sai pra fazer direito voltei com rima e batida
Mas você ainda é minha menina crescida
Vivia me elogiando pra todas as suas amigas
Geral sempre falava que você era tão querida
E reza a lenda em sepetiba
Que ainda era boa de briga
E hoje eu sou seu menino crescido palhaço no palco
Mas sozinho meio deprimido esboço
Uns sorrisos falsos às vezes retribuido
Saudade de a**istir uns filmes antigos contigo
Mãe quantas vezes convenção virou champagne
Eu soutalndo pipa e você ia me buscar
Pra tomar banho
Quantas vezes multiplicou poucos pães
Quantas vezes ouvi não quando eu pedi
Pra comprar um vans
Banquete das manhãs café pão
E manteiga churrasco no quintal domingo
Ao som do raça negra
Eu rock'n'roll com 17 com umas caveiras
Na blusa você me deu um cartão c&a
Ai filho usa e abusa!
Mas de excesso eu nunca fui você sabe
Eu já rimei um universo
E nos meus versos ele nem cabe
Mãe me fala, como esta seu coração?
Tá bem amado ou sendo ocupado por um vacilão?
Por que se for, manda vir desenrolar
Eu sou magrinho e favelado
E as porradas e ruim de aturar
Bobagem o tempo pa**a e viagem
E das porradas que eu levei da vida
A sua era ma**agem
E o meu quintal cheio de mangueira hoje
A zona oeste inteira tô no trampo de rap
De segunda a segunda feira
Neguinho que me gastava hoje fica de bobeira
E em 45 segundos e n'outro mic geladeira
Eu tenho asa e vou pular mãe se pá eu decolo
Ai levo o mundo nos ombros
Mas você já me levou no colo
[Refrão]
E quanta coisa eu já pa**ei com a senhora
Mas infelizmente é hora de ir embora
Então deita no meu ombro e chora
Enquanto a gente comemora
Dorme agora porque é só um vento lá fora
[Estudante]
Mãe já conversamos sobre meu futuro
Eu dividido entre o certo
E errado em cima do muro
Imaturo vai mudar, eu juro
Mas preciso do seus braços
E oração pra ficar seguro
Sei que sempre foi difícil sustentar o lar
As notas não batiam com as contas a pagar
Cê deixava de almoçar e sobrava pra eu jantar
Metade do seu salário num curso particular
Ao lembrar da sandália rasgada, madrugada
Me carregando no colo com a expressão cansada
Fadigada da jornada mas sempre com muito apego
Cê nem era o pai do chris
Mas ''trampava'' em 2 emprego
Não era pai do chris, mas era meu
Apesar do tamanho me fez subir como zaqueu
Uns tios sumiram, meu pai desapareceu
Fui suspenso por 3 dias lembro a surra que me deu
Mas acontece que sua surra era carinho
Pra eu me tornar um homem
E não desviar do meu caminho
Suas palavras sábias deviam vir em pergaminho
Puta só e ladrão só faça suas merdas sozinhos
Mas conselho eu nunca ouvi, abusado
Ouvi cuidado cuidado pra no final escutar coitado
Sei que você não me criou pra ser esse cara largado
Cê na igreja mó peleja eu no mundão todo errado
Fedendo a pecado, como diz sant, meu chegado
Uns trocados viram álcool e eu vivo embriagado
Fujo da realidade às vezes desesperado
Por ter crescido e não ter dado o futuro
Que era esperado
Sei que não sou o filho que tu merece
Noites mal dormidas, acordada
E o excesso de stress
Escreveu meu roteiro, mas sou improvisador
Só não te compro uma rosa
Pois nenhuma exala amor