Dina di, mais Tum, dj Odi, visão de rua Eu falo da minha vida e da sua, e daí? Se a periferia é o alvo de toda miséria Eu sei o que é viver nas ruas mano, morar na favela E ser mina de guerra e de paz, e como diz racionais Sua moral não se ganha se faz Eu digo mais, hoje eu tô numa legal, a consciência é forte Longe do fumo, da pedra, longe da mira da morte Confrontar riqueza, fome é o que sobra na mesa Morre a esperança e aumenta cada vez mais a incerteza Se abrem as portas da destruição é real Aí o sistema cria a cada dia um marginal Citei um lado mau Taí porque ninguém aqui está a salvo Periferia é o alvo... Periferia noite e dia, tristeza e alegria Miséria, podridão, submundo do crime se via Agonia e correria Sobrevivência em decadência Um lado podre, pobre, a vida a morte em plena permanência Eu choro lágrimas de sangue por tantas quebradas Estado de calamidade, invadida, alagada A cada apelo, desesperador e sofrimento Por todas favelas do nosso Brasil eu lamento Ruas de terra, esburacada mal iluminada Um pesadelo pra população fodida e inconformada E na calada a impunidade mata muita gente Pai de família, uma porção de manos inocentes sem dó Pai e morte ligados a uma sina A mãe que pari o filho, a rota mata e extermina Um desacato à personalidade feminina Aqui ninguém meu está salvo, periferia é o alvo Se piá se pá, mãos pro alto Periferia o sangue escorre pelo asfalto Nós somos favela, o verdadeiro alvo Estilo de vida que pra nós foi traçado (Tum) Famílias desabrigadas que Ainda ontem tinham um teto e hoje Não tem nada, foi destinada a vida nova Quebrada distante, mal localizada São duas horas de lá até a escola, na caminhada É o drama da moradia que acaba Honestidade de muita gente
Que sonha com um futuro digno Eu sei de um trabalhador de mão calejada Que hoje é na verdade um pingaiada Um joão ninguém caído no chão da calçada Violenta barreira separa a sociedade Medos, seus próprios conflitos, problemas dificuldades A guerra é nas periferias causas maiores têm sido Pedra, maconha, farinha, ferro, polícia e bandido -Eu te digo!.. Se piá se pá, mãos pro alto Periferia o sangue escorre pelo asfalto Nós somos favela, o verdadeiro alvo Estilo de vida que pra nós foi traçado Vida bandida, o inferno não visou o alvo Tem tanta merda, pobreza, tristeza, é claro rua São três letras que já dizem tudo Pobreza, malandragem e no fim o luto Fico a pensar, raciocinar, tentar entender Daqui mais quatro anos o que vai acontecer O desespero, de mim está tomando conta Pois os que eram do lado certo Agora estão do lado contra Proceder, que tem que ser forte, pois é a lei da rua Se não é a morte pra minha vida ou a sua Figurão partiu com o cão, com o canhão na mão Ser dedo mole com os bunda mole e os vacilão Estar sempre muito louco seja na bebida ou maconha Pra outros pedra outros farinha, pra mim já estou fora Sou cara limpa, tô legal, sou um rapper, não um otário A rima é o relógio, sistema negro meu horário Por isso maluco preste atenção no que falo Portanto estou jogando com meu baralho marcado -Citei o lado mau, taí o porque ninguém aqui está a salvo! Pode crer então... periferia é o alvo Se piá se pá, mãos pro alto Periferia o sangue escorre pelo asfalto Nós somos favela, o verdadeiro alvo Estilo de vida que pra nós foi traçado Kid nice, sistema negro no ar, visão de rua Dina di, Dj Odi, Tum na parada Campinas no ar, pode acreditar