[Verse 1]
O mestre-sala me tomou por uma negra
Roubou a minha noite
Para o brilho das estrelas
Doce é tê-las
Sob as telhas
Doce é tê-las
Sob as telhas
O mestre-sala me tomou por um poema
Roubou a minha rima
Para a musa do cinema
Que me acena
Nesta cena
Que me acena
Nesta cena
Me tomou por um pavão
Roubou as minhas penas
Foi dançar pro rei de Atenas
Me tomou por uma chita
Pintou-me toda de flores
E alegrou comendadores
Me tomou por vagalume
Levou-me a luz acesa
Para os olhos da princesa
O mestre-sala, ele viu que eu era santa
Despiu-me sem vidraça
Para estranhos numa praça
Pra sagrar-me
Pra sangrar-me
Pra sagrar-me
Pra sangrar-me
O mestre-sala me tomou por um perfume
Levou-me com a brisa
Para o rei na sua frisa
À guisa de
Amizade
À guisa de
Amizade
Me tomou por paisagem
Roubou a minha vista
Para os olhos da turista
Me tomou por uma fada
Levou minha varinha
Pros desejos da rainha
Me tomou por mel de abelha
Levou minha doçura
Pro jantar da prefeitura
[Verse 1]