[Refrão]
A um pa**o do paraíso, eu to aqui pra isso
É que nem arco íris, nunca tá onde eu piso
Em cada momento eterno, pisando no inferno
Condiz com esse lugar, é verão até no inverno
[Verso 1]
Me disseram esquece o rap, trabalhe e ganhe um cheque
Tu escolheu uma profissão, que o futuro ninguém promete
Se não ganhar não tem gap, se não ganhar não tem beck
Se não ganhar não grava os track, não vai ter seu próprio CEP
Fazendo linha desde os 11, ouvindo boom bap desde os 10
Acabei com pedra nas minha botas, fazendo peso nos meus pés
Teste, teste, até a ultima rima que reste
Com 2 mirréis no bolso na balada e ainda sim se diverte
Subo um degrau meu amigo se inverte, o resto permanece inerte
Não me julgue pela sinopse, se não a melhor parte tu perde
Se eu perguntar de mim mermo pra você, não tem uma que tu acerte
Se alerte, tudo de humano tem seu motivo celeste
Eu continuo na estrada andando em direção ao sol
A noite, procuro estrelas espero que não seja um farol
A pior parte de ser do brasil, especialmente do rio
É que a vida não dá um motivo pra não acender um pavio
Eu me sinto mais sábio, então que lê nos meus lábios
Que a força é pro mais forte, que o tempo é pro mais agil
E tudo pra que vazio, morte é um desafio
Que dá calor pra quem tem sede e cede neve pra quem tem frio
O que ela tece eu desvio do que me promete eu desvio
A vida tem um gosto bom e conviver com aquilo que crio
E sou só salvo pelo gongo tanto quanto enrolado por um fio
E fico que nem um mongo porque o povo roubado não dá um pio
[Refrão]
A um pa**o do paraíso, eu to aqui pra isso
É que nem arco íris, nunca tá onde eu piso
Em cada momento eterno, pisando no inferno
Condiz com esse lugar, é verão até no inverno
[Verso 2]
Necessitado e obcecado, contra todo o pecado
Sou iluminado, deus mostrou o caminho eu entendi o recado
É o que veremos, pois tudo que queremos são bens terrenos
Venenos consomem a vida e nem terrenos teremos
E nem momentos serenos, mas que bons homens seremos?
Pa**amo a vida em guerra, mas qual foi a paz que vencemos?
Querendo cama, cigarro, garrafa de cana
Roupas e grana e s**o e dois minutos de fama
E 70 anos na lama, como a vida te engana
10 minutos fudendo os outro em um segundo se dana
É certo, que nem quem não conseguiu mas teve bem perto
Só não foi esperto o bastante, pra estar de olhos abertos
Esquece o cetro em pé, tá sentado no trono
Olha o planeta que tá na sua frente, porque ele ainda não tem dono
E trabalhe sua vida inteira por isso e depois perca tudo no sono
Porque escuta tudo no estéreo, mas processa tudo no mono
Tem um martelo e um prego sem emprego na sua cidade
Ou esmaga ou esmagado, pa**ando necessidade
Sou um refém da vida, e vou morrer um refém que sabe
Que o martelo só faz encravar o prego na sociedade
Que se fodam as verdades, isso só o que muitos sabem
E sabem apenas metade, a mente poucos a abrem
E quando abrem é tarde, é igual o navio que parte
Os conformados morrem de infarto, ao 50 de idade
[Refrão]
A um pa**o do paraíso, eu to aqui pra isso
É que nem arco íris, nunca tá onde eu piso
Em cada momento eterno, pisando no inferno
Condiz com esse lugar, é verão até no inverno