Há momentos em que a raiva é tanta
Que o ódio espanta a lucidez
Ao ver engravatados de camisa branca
Destruírem o orgulho de ser português
Há momentos em que a emoção
Comanda o corpo e a razão
Ansiar ver o povo sair à rua
Com quatro ou cinco pedras na mão
Há momentos em que a raiva é tanta
Há momentos em que um nó na garganta
Não me deixa respirar
Controlado pela falsa democracia
Que me inibe de participar
Há momentos em que não adianta
Tentar abrir os olhos a quem não quer ver
A quem vive conformado com brandos costumes
Que nem o tempo fará esquecer
Há momentos em que a raiva é tanta
Há momentos em que a raiva é tanta