Um mestre do verso, de olhar destemido
Disse uma vez, com certa ironia :
Se lágrima fosse de pedra
Eu choraria
Mas eu, Boca, como semrpe perdido
Bêbado de sambas e tantos sonhos
Choro a lágrima comum
Que todos choram
Embora não tenha, nessas horas
Saudade do pa**ado, remorso
Ou mágoas menores
Meu choro, Boca
Dolente, por questão de estilo
É chula quase raiada
Solo espontâneo e rude
De um samba nunca terminado
Um rio de murmúrios da memória
De meus olhos, e quando aflora
Serve, antes de tudo
Para aliviar o peso das palavras
Que ninguém é de pedra
Bebadosamba, bebadosamba
Bebadosamba, bebadosamba
Meu bem
Bebadosamba, bebadosamba
Bebadosamba, bebadosamba
Bebadosamba, bebadachama
Também
Boca negra e rosa
Debochada e torta
Riso de cabrocha
Generosa
Beijo de paixão
Coração partido
Verso de improviso
Beba do martírio
Desta vida
Pelo coração
Bebadachama (chamamento)
Chama que o samba semeia
A luz de sua chama
A paixão vertendo ondas
Velhos mantras de aruanda
Chama por Cartola, chama
Por Candeia
Chama Paulo da Portela, chama
Ventura, João da Gente e Claudionor
Chama por mano Heitor, chama
Ismael, Noel e Sinhô
Chama Pixinguinha, chama
Donga e João da Baiana
Chama por Nonô
Chama Cyro Monteiro
Wilson e Geraldo Pereira
Monsueto, Zé com fome e Padeirinho
Chama Nelson Cavaquinho
Chama Ataulfo
Chama por Bide e Marçal
Chama, chama, chama
Buci, Raul e Arnô Cabegal
Chama por mestre Marçal
Silas, Osório e Aniceto
Chama mano Décio
Chama meu compadre Mauro Duarte
Jorge Mexeu e Geraldo Babão
Chama Alvaiade, Manacéa
E Chico Santana
E outros irmãos de samba
Chama, chama, chama
Bebadosamba, bebadosamba
Bebadosamba, bebadosamba
Meu bem
Bebadosamba, bebadosamba
Bebadosamba, bebadosamba
Bebadosamba, bebadachama
Também