[Verso 1: Osiris] (Roger)
Enquanto estás lá fora, eu cá dentro escrevo
O que vai cá dentro e tu não vês por fora, me'mo
Se bebo, sou vil porque absorvo dos dois a dor pra um
Com mil sons de amor pra alguém que não merece nenhum
Eu abri a minha caixa, contei-te os meus medos
Pa acabares a abrir as pernas a um homem que tenha menos?
Tou a insistir muito nos pontos fracos?
Tu tás só comigo ou tens outros fraques?
Cada vez que eu penso em ti, eu penso que é a última vez
Que vou pensar em mim bêbado e tu num canto a desapareceres
Eu tentei contar-te a minha vida pa tu entenderes
Que andava a ligar-me a ti antes de tu romperes
Agora, abstraio-me da tua face, ponho-me a ler um book
Mas não faço como o Sam, tou vidrado no teu facebook
E quando todos me diziam: (Ela tá bué estranha pra ti)
É estranho, nem me parece nada pra mim
[Verso 2: Roger] (Osiris & Roger)
Não me parece nada pra mim os abusos que admites
Nestes dias, compreendias tudo errado, querida
Eu só queria tar contigo e com o meu charro, dar-lhe play
Mas tá no pause com receio, causo estrago, não sei
é esse o estado em que nós estamos, okay
Hip-Hop e o Pop vão-se comendo na TV e eu a**isto mais um ano
A este engano triste... Tu não és isso
A espalhar só nos meus putos trapalhices, querida, dança comigo
(Enquanto a dança vive e compensa, segue
Deixa ir a cabeça e o corpo vai leve)
Mas hoje em dia já não queres raps, queres é glamour
Se soubesses como é duro ver que o "Cash Rules
Everything Around Me", até a ti, parece
Ya, sinceramente, eu também já não me interesso
Tu já esqueceste o que acontece "Quando a Saudade Aperta"
E a mim lembra-me que isto não é o que era...
É uma merda
[Verso 3: Tilt]
Nestas circunstâncias, acho que sim
Afasto-me de ti, combato-me as células, que me mate
Nada é pacífico como o Gandhi, fode-te
Os meus anti-corpos estão ansiosos pelo embate
De facto, foda-se, não me parece nada
O teu cabelo caído à toa, não permanece, pára
Caso ele se safe ou morra, ya, sa foda
É só mais um, não faz tanta diferença como se pensa
É pá estatística e estica um time para não pensar nisto
Com a mão a arrancar o quisto
Que isto não parece ser nada pelo preço que se paga no corredor
É pena é tares a soro
E o que faz tar cá é podre, chamam-lhe cancro
Não me parece tanto até a quimio a brincar com o corpo e ver-te branco
E pa ser-te franco, todos podemos tar na guest
Diante deste manto, mas não me parece
[Verso 4: Nero]
Já nada importa porque nada faz sentido
Quero seguir a rota mas não sou capaz sem ti
Pra manter a paz enfim, fico só e isolado
Quero parar, tou cansado e não pensar no pa**ado
Tou no meu quarto trancado a sarar cortes e feridas
Estragas tudo em que tocas, isso não é toque de Midas
E não suporto que digas que esta é a última paragem
Com certas recordações que nem se arrumam na bagagem
Não, vou agarrar-te pa sempre, tentar seguir em frente
Em desistir nem penso, venha qualquer perigo, enfrento
Só é triste ver lembranças voar com o vento
Não entendo, anos voam, eu não dou pelo pa**ar do tempo
Eu sei e evidentemente, isto não tá fácil
Mas só tenho dívidas, não posso esperar dádivas
No meio de rimas e batidas, rasgo páginas
Pra não sofrer ao te ver partir num mar de lágrimas