[Verso 1]
Que lugar gelado, onde eu vim parar, um minuto e eu tava ali
Lembro de uma festa ali, ouço alguém chamar
Eu vejo uma luz, dela sai um homem de batina
E barba longa segurando a cruz, com seriedade se aproxima
Me encara e diz:
Irei ouvir seus argumentos, serei seu juiz
Só lhe aviso que em dobro seus pecados pesam
Mas levo em conta o quanto seus advogados rezam
Após ouvir isso vi minha vida na tela
A inconsequência de todos atos numa novela, gela
Eu perdi o meu valor, fui um pecador
Tinha trazido muita dor para a donzela bela
Recebi outra chance para concertar
Eu vi uma oportunidade pra recomeçar
Isso foi uma glória pra mim
Vou redesenhar o meu fim
[Refrão]
Ele errou muito nessa caminhada
Se perdeu numa vida desvairada
Ele foi pecador, mas lhe peço senhor
Dê uma chance pra esse meu camarada
[Verso 2]
Eu ouço a voz de pessoas desconhecidas
Rezam ao meu redor, vozes tão comovidas
Clamam ao deus maior, vozes soam sofridas
Soam sofridas vozes, afim de alcançar redenção
Percebi que essa oração é por mim
Eu sinto o cheiro da dor, esse é o inicio do fim
Mas eu sinto o fervor com que rezam e a**im
Vejo à luz ganhando a escuridão
Como eu vim parar aqui?
Uma mulher me beija o rosto, um homem de branco ri
Do lado esquerdo da cama, uma dama de quase trinta
Leva minha mão ao ventre, pede pra que eu o sinta
Ela diz que carrega um rebento
E ta feliz, que emprega o ensinamento dado
Como um dia eu quis
É menino e vai meu nome carregar
Lágrimas vem pra me recordar
[Refrão]
[Outro]
Eu conto histórias, histórias que eu vi com a terra de comer um dia ou histórias que eu ouvi no bochicho das corriolas. Juro por essa luz que me ilumina, que conto as histórias sem aumentar um ponto. Se algum talento eu tenho por ventura, é o de ver e ouvir a gente minha