[Verso 1: Nerve]
Como eu adoro estes serões a falar acerca de episódios do quotidiano
Porque eu gosto de me identificar com o meu ouvinte
Por exemplo, que atire a primeira pedra, quem nunca pensou:
Eu estou a fazer história
Enquanto carrego o fardo de negar tudo aquilo que a história me ensinou até agora
Como Darwin
Iniciarei a matança pela minha causa
Ao estilo de uma jornalista em início de carreira
Ou do Ché Guevara
Último desejo: glorificação exagerada
Quero um filme e uma estátua
Se eu fizesse o pino, a arte ressuscitava
E um urinol voltava a ser um urinol
Mas eu não sou um ginasta
Poupem-me o fogo-de-artifício
A não ser que tenha o meu nome escrito
Vim para ser aquele que desliza livre
Carboniza livros, ao perguntar: mas quem precisa disto?
Inventar palavras? O que eu digo carnivoriza herbívoros
Motiva noviços
Estás sem ideias? Ó meu amigo
ó para mim a dispensar uns versos inspirativos
Tão indie
Escrevo a minha press release e falo de mim na terceira pessoa, tipo
“não fui eu que disse isto”
Só garganta, como um invertebrado
Noctívago devorador de gado, com uma fome dos diabos
Cada vez que o sol desce, mudo de forma e um ódio atroz cresce
Converso com as paredes, como o John Nash
Eu preciso de uma bala de prata na cara
Antes da meia-noite ou então a minha pele das costas rasga-se para que eu mostre as asas
Ya, eu curto Nerve mas às vezes ele fala umas cenas maradas
[Voz off]
Vou-me suicídar hoje
[Verso 2: Nerve]
Preciso de ajuda
Há algum médico na casa?
Doutor, estas mãos, à noite, ganham vida para criar
As mais brilhantes e bizarras frases já alguma vez esgalhadas
E eu já não sei o que se pa**a
Alguns estranhos abordam-me e nem se identificam
Só chegam e dizem que se identificam
Sabes, é que eu fico a
Pensar por ti para
Puderes dizer que te tirei as palavras da boca
Grande coincidência
Temos tanta coisa em comum
Grande coincidência
É tão grande, a coincidência
Devíamos fazer qualquer coisa juntos
Temos tanta coisa em comum