[Verso 1: Nerve]
Eu sabia...
Eu sabia..
Eu sabia, mesmo depois de tanta terapia
Que o resultado tinha de ser mentira
E este é o primeiro dia
Depois do final previsto do meu tempo de vida
Devo ter uma pré-disposição para quebrar expectativas
A minha rotina
Parece uma tentativa construtiva para impressionar a família
E surpreendê-la com magia
"Eu já não te reconheço"
Eu também não, é óbvio
Tenho de parar de mentir sobre mim próprio a mim próprio
A minha rotina
Parece uma tentativa destrutiva para impressionar a família
E desiludi-la no mesmo dia
Não sei se devia ter voltado
Ao casino naquele estado
Só sei que o chão era duro e este era o meu melhor casaco
Não acredito nem um bocado que volte a entrar em festas privadas
Sem convite e embriagado a vomitar para fatos e gravatas
Agora triste estou sentado a ressacar nas escadas da entrada
Porque é que estão todos a olhar para mim
Tenho alguma coisa na cara?
Esta falha não é de agora
Ainda me lembro de quando era puto
Não pensava no futuro
Sabia tudo
E amava o mundo
'Nunca fales com estranhos'
Eu não falo, está prometido
Ei, hoje sou estranho e ninguém quer falar comigo
[Refrão: Nerve e Viruz]
Venham, é barato
Conselhos por segundo
Quem está desposto a dar mais tempo a este vagabundo?
Vou dar tudo por tudo por um futuro no mercado
Vendo conselhos por segundo, conselhos por segundo
X2
[Verso 2: Nerve]
A minha consciência perdeu a paciência
Saltou do parapeito
E deixou-me com o repetidor automático de "Eu avisei-te"
Eu sei princesa, eu compenso-te
Mas antes só tenho de me lembrar onde pus a minha máquina do tempo
Para salvar a minha própria integridade psicológica
Numa viagem cronológica e alterar o rumo da história
Até antes do casino
Antes do fundo, antes de tudo
Conversar e aconselhar-me a mim próprio quando era miúdo
"Quem és tu?"
Tanta ingenuidade, adivinha a identidade
"Uh, o anjo da guarda?"
Errado!
"Ei, para que é que foi a chapada?"
Quem sou eu? Eu sou a casa suja, a conta sem saldo
Sou falhado, sou o teu futuro se não ouvires calado
"Mas..."
Sem perguntas, vivo com facas, borbuletas e agulhas
Plantas murchas
Sem água can*lizada e a casa às escuras
Prometi que ia espancar o culpado da minha desgraça
E essa é a razão destas cicatrizes na minha cara
[Refrão: Nerve e Viruz]
Venham, é barato
Conselhos por segundo
Quem está desposto a dar mais tempo a este vagabundo?
Vou dar tudo por tudo por um futuro no mercado
Vendo conselhos por segundo, conselhos por segundo
X2
[Verso 3: Nerve]
Conselhos por segundo
No final apresento-te a conta
Ser do contra não é defeito, é feitio
Ignora quem to aponta
Vive na descontra mas não deixes que te pisem
Reinventa-te, não sejas previsível, esquece o que te dizem
Respeita a namorada quando tiveres uma
Nunca duas ao mesmo tempo
Se dás tiros às escuras, aprende a pedir desculpa
Nunca te deixes cegar pelo consumismo impragnado na sociedade
Nem te deixes tentar pelo poder da publicidade
Eles
Fazem-te pensar que aquele idiota musculado
Só com um comprimido mágico se safou da obesidade
Eles
Deixam-te a pensar durante horas desconfiado
Em cima da balança à espera que também te aconteça um milagre
Eles
Fazem-te exigir um 'cientificamente provado'
Mas quem é que confia na ciência quando vemos animais naquele estado
Eles
Fazem-te pensar que a revolução vai pa**ar na televisão por cabo
Só para te aumentarem a mensalidade
Eu
Sou quase a prova viva de que quem confia em tentativa e erro
Não continua a ser uma prova viva por muito tempo
Então tento ajudar-te
Porque não percebo os oráculos
Quê prevêem o futuro mas não fazem nada para melhorá-lo
Conselhos por segundo
[Voz off]
"Só uma palavra ainda mais pessoal
Nada na vida é grátis"