[Intro]
Pessoas, nada temam
Isto é só o processo de filtragem... não custa nada
(Isto agora)
Daqui para a frente, é só queimar pontes
[Verso]
Antes do concerto, encontra-me entre o público, na fila da frente, a gritar “esse merdas nunca mais chega”
Eu vim ao mundo de olhos abertos e já com a noção do espaço
Contemplei a luz a abrir como se a película do filme queima**e
Não sei se estou a ser claro
Cuidado, pêgas, que o homem está de volta para converter umas freiras, trocar umas ideias
Coleccionar escalpes, pilhar umas aldeias
Senhor feudal que veio para desflorar a noiva alheia
Qual mortal a**im paleia? Só aquele gajo do verso de ferro e plástico
Sempre muito no domínio do fantástico
Senhor acídico, cínico. Admita-se, um boémio crítico
Não brinquem. Um dia, ainda vai correr mal, como um paralímpico
Agora é tarde demais. Não sei como voltar a casa
Perdi o rasto das minhas pegadas quando ganhei asas. Acontece
A precisar de café, mas só bebo quando chegar a casa
Cá fora, consigo sentir o hálito da pessoa anterior na chávena
A meio de uma frase, paro, numa de: Espera aí, eu estou-me a pintar uma besta
Não tarda, estou a cortar a minha orelha esquerda
A oferecê-la, como uma prenda natalícia de uma lenda viva
Podia morrer agora, que não aparecia nas notícias
[Outro]
Gostaria de mandar um grande, grande beijo à indústria, por me ajudar a filtrar horizontes
Daqui para a frente, é só queimar pontes