Eu vou lhe deixar a medida do bom fim, não me valeu
Mas fico com o disco do pixinguinha sim, o resto é Seu
Trocando em miúdos pode guardar
As sobras de tudo que chamam lar
As sombras de tudo que fomos nós
As marcas de amor nos nossos lençóis
As nossas melhores lembranças
Aquela esperança de tudo se ajeitar, pode esquecer
Aquela aliança você pode empenhar ou derreter
Mas devo dizer que não vou lhe dar
O enorme prazer de me ver chorar
Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago
Meu peito tão dilacerado
Aliás, aceite uma ajuda do seu futuro amor, pro aluguel
Devolva o neruda que você me tomou e nunca leu
Eu bato o portão sem fazer alarde
Eu levo a carteira de identidade.
Uma saideira, muita saudade
E a leve impressão de que já vou tarde.