[Vaz]
Caminhando contra a chuva, goteiras
De gota em gota as poças ficam cheias
Carteiras, de nota em nota elas ficam cheias
A chuva molha, o sol aquece
Entro no bar como quem não quer nada, a mente esquece
Raios ultravioleta, sociedade ultra violenta
Vejo ela pa**ar em câmera lenta
Peço um cigarro e uma dose
Pergunto se ela quer, ela aceita
Dou um trago e vem a tosse
Ela é meio xarope, sem receita
Peço uma mesa, puxo duas cadeiras, ela senta
Conversamos sobre o universo, não ficamos sem a**unto
Á cada frase um novo verso, um novo tópico
Ela até disse que meu socialismo era utópico
Mas relevei, rolou um clima
Eu me elevei e ela me levou pra casa
Eu por baixo ela por cima...
[Renato]
E garçom, está trazendo outra dose
Almas no copo, vazio corpo, vergonha some
Fumaça sobe, na cidade que não dorme
No momento estou com planos pra que ela acorde
Na minha cama, aonde o demônio ta dizendo que me ama
E ela sempre reclama que eu não dou atenção
Decifrando segredos como delação
Na cama demonstra ação, com s**o e atração...
[Vaz]
Dormimos entre os escombros
Eu no travesseiro ela nos meus ombros
Ela dormiu primeiro mas eu não prego o olho
Me levantei, peguei a chave, que tava no molho
A luz iluminava o quadro dela do van gogh
As cervejas de ontem à noite ainda me deixavam grogue
Tropecei no carpete, quando olhei pra ela deitada de lingerie
Ela acorda a**ustada mas sorri
Surreal, obra Dalí, espero nunca, sair dali
Eu quero tudo ou nada tipo Kali
Cartel de Medellín contra o de Kali
Mas mesmo a**im saí
Descemos de elevador
Ela me da um beijo de batom vermelho, eleva a dor
Caminhei sem olhar pra trás, no corredor
Mas mesmo à distância ela me seguia
Se fosse em outra circunstância ela conseguia
Meu coração me guia, enquanto o abraço dela me erguia
Ela é elétrica como uma enguia...
Caminhando contra a chuva, goteiras
De gota em gota as poças ficam cheias
Carteiras, de nota em nota elas ficam cheias
Caminhando contra a chuva, goteiras
De gota em gota as poças ficam cheias
Carteiras, de nota em nota elas ficam cheias