[Verso 1]
Quantos carros, quantas vidas são?
Milhões por hora, me diz sério, quantas vidas vão
Contei minhas horas pra ficar na janela
Olhando o mundo onde todos tem coragem e eu na vida não
Talvez esse aí nem me acalme mais
Nem me faz dormir, antes era filho, hoje sou demais
E o que era aqui? Uma casa linda onde tudo tava
Quem dizia pra ficar hoje quer mais que eu encontre onde ir
Perdi meu calendário quando encontrei
Motivos pra tá morto e eu me joguei
Cidade de vidro onde tu se quebra se tentar
Entender tudo o que acontece e o que são leis
Tanta marca que apaga e tanto contato em contato
Com o que te pa**a entre os pa**os dessas calçadas
E se tava seguro de que aqui você não chora mais
E hoje dói por motivos que nem chorava
Cê foi compreendido?
Parou pra perceber que quem te trouxe pra essa merda foi você mesmo?
O dom da vida é tipo uma corporação
Te contratam, ludibriam, depois querem te foder mesmo
Amores jogados na cabeceira da insônia promovem a vida que acaba por suicídio
Sem ter paz, sem ver mais, quanto faz? Nada mais
Quantos eram pra julgar e quantos são pra te ajudar?
São todos iguais com seus dedos colados em outro lugar
Olhando mensagens no celular
Minha cara permite que pais me olhem
Pra tirar todas as filhas que querem se apaixonar
Por isso somos os ases da guerra sem pausa
Pros velhos vamos sempre ser rebelde sem causa
Mas se ninguém te entendeu quando era só amor
Hoje com toda essa dor o que seremos, senhor?
[Refrão]
Um dia essa cidade se quebra, desmonsta com seu ego e se entrega
Meus sonhos não existem, eles só sobrevivem
Ela me faz pa**ar pela trégua
Um dia essa cidade se entrega, desmonta com seu ego e se quebra
Melhor tá prevenido quando rachar o vidro
E as almas fugirem da terra
[Verso 2]
Terceiro dia acordado com meus botões
Que fazem com que eles tenham intenções
Não, não das melhores, só saciam minha vontade
Enquanto a tripolaridade me impedir de ter mais ilusões
Quando a droga faz feliz e você foge
Mais longe do que tu poder correr, cê consegue entender?
Talvez se meu pai não tivesse errado
Hoje essa era desculpa pra dizer que não vão me foder
Larguei meu momento em troca dos outros
Futuro que nem me guia, nem consta no meu talento
E se desse pra carregar essas mágoas num sentimento
Eu diria que nada disso me importa, mas tô mentindo
E o que importa? Filhos sorrind, correndo
Só tão sentindo o que a vida vai te tirar quando um deles quiser crescer
E eu lamento, mas todo dia eu me entrego, só que as garras da vida
Me tiram vida, e dessa cê não vai correr, não!
[Refrão]
Um dia essa cidade se quebra, desmonsta com seu ego e se entrega
Meus sonhos não existem, eles só sobrevivem
Ela me faz pa**ar pela trégua
Um dia essa cidade se entrega, desmonta com seu ego e se quebra
Melhor tá prevenido quando rachar o vidro
E as almas fugirem da terra