Vida madrasta, alma máter do meu carácter
Vernáculo da alma nas colunas, poesia é foramen magnum
Preciso no que propago, encaro-o com um sorriso largo
Cérebro é revolucionário mesmo espalhado no piso de mármore
Expurgo lacraus e cínicos, surjo no caos invicto
Subo por degraus empíricos, turvos por graus etílicos
Compara ideais idílicos que absorveste de ídolos
Com os ideais ridículos com os quais alimentas os teus filhos
Mentes presas no quiasmo, pútridas como miasma
Tornaram-te plástica, numa cultura numismática
Não te ter é sofrer de asma, uma inspiração frágil
Sem mensagem és nada, se és imagem sou iconoclasta
Nunca te vi baby, onde estiveste a vida toda?
Curvas em zig zag, sigo cego as feromonas
Curtes dum gajo que se embebede? Esquece, disseram todas
Não estou sozinho, o vinho disse-me que elas eram tolas
Sem solução a não ser ingestão de pesticida
Aos fakes não desejo mal, só um pouco de peste e sida
Caga em lágrimas, regozija-te pelo que deste e siga
A dor é momentânea, a alegria nunca é esquecida
[Refrão]
Podes ver que a vida não é o que te diziam
Nada resultou como tu querias
Momentos vêm e vão e no campo de visão apenas restam as fotografias
Reflicto na culpa que ela diz que tive
Procuro a cura num litro de digestivo
Não encontro a culpa que ela diz que tive
Nem tão pouco a cura no litro de digestivo
[Majestic T.K.]
Tu és o factor ornamental na política orçamental
Demónios do foro mental, tenho gosto em alimentá-los
Comes e calas em manadas de cérebros formatados
Disparo lírica em balas até que os hemisférios ganhem calos
Antes dos 21 vi do mundo a face que menos queria
Todos na correria e o rosto de quem amava entristecia
Se fosse escravo da guita imagina o quão triste seria
Mente prisioneira da teia que essa meretriz tecia
Vês-te cota na rota da quota parte desigual
Onde a puta da nota nunca se reparte por igual
Onde a revolta se forma mas torna-se residual
Prosopopeias à mercê da verborreia eleitoral
Odeias? Ainda bem, é porque sabes contestar
Agora desliga a televisão e usa esse ódio para protestar
A vida é uma lição e essa não sou eu quem ta vai dar
Quando ela te derrubar não vais tar atrás dum avatar
[Refrão]
Podes ver que a vida não é o que te diziam
Nada resultou como tu querias
Momentos vêm e vão e no campo de visão apenas restam as fotografias
Reflicto na culpa que ela diz que tive
Procuro a cura num litro de digestivo
Não encontro a culpa que ela diz que tive
Nem tão pouco a cura no litro de digestivo
[Outro]
Raios de sol levam sonhos, e com eles o teu sorriso
São provas de resistência num vai-vém cansativo
Uma rotina sem motivo, e se te sentires emotivo
Não há melhor curativo que um litro de digestivo