Na quarta eu não vou podar
As flores do jardim
E no anoitecer
Os talheres vão lhe faltar
E quem sabe se der por mim
Quem sabe adormecer e ver
No seu peito oco sempre guardo
Os sonhos que pedi
A Deus, meu pai, minha filha agüenta
Construo um mundo de retalhos
Remendo os que mantive
Com honra e fria vou me embora
Sem nem me despedir
Eu não me precavi
Com uma recaída nessa hora
Só vou admitir
Que não quero sair não
Em tempos árduos eu confesso
Cogitei desistir
Mas hoje eu sei que foi-se o dia
Em que teu abraço tomou minhas vestes
E confusa eu me ri
Soube no ato o quão queria
Ser tua mulher, tua objeção
Tua musa vai partir
Pois lágrimas não vão ferir
Me perdoe minha flor eu não sei
O que me ocorreu, mas pequei
E me arrependo tanto que deixei
Pra trás minha juventude, eu serei
O homem que coroarás rei
Dos seus domínios
Peço em prantos pra ficar
Canto contos pra espantar
Os desencantos que fui forjar
Peço em prantos
Pra que a mulher em ti possa ver
Que não cabe a mim escolher
Por ser an*lfabeto e não ler