Numa tarde bem tristonha Gado muge sem parar Lamentando seu vaqueiro Que não vem mais aboiar Não vem mais aboiar Tão dolente a cantar Tengo, lengo, tengo, lengo, Tengo, lengo, tengo Ei, gado, oi Bom vaqueiro nordestino Morre sem deixar tostão O seu nome é esquecido Nas quebradas do sertão Nunca mais ouvirão Seu cantar, meu irmão
Tengo, lengo, tengo, lengo, Tengo, lengo, tengo Ei, gado, oi Sacudido numa cova Desprezado do Senhor Só lembrado do cachorro Que inda chora Sua dor É demais tanta dor A chorar com amor Tengo, lengo, tengo, lengo, Tengo, lengo, tengo Tengo, lengo, tengo, lengo, Tengo, lengo, tengo Ei, gado, oi E... Ei...