O cantor e compositor baiano Lucas Santtana prepara o seu mais novo disco, Modo Avião, que deve sair no início de 2017. Enquanto não temos mais novidades, relembremos um de seus mais importantes discos, comemorando uma década de existência.
O ano era 2006, época de Copa do Mundo, o Brasil engajado, com esperança naquele time que era favorito ao título. A taça não veio, mas o ano não foi perdido. Ao menos não para Santtana, que lançou seu 3 Sessions In A Greenhouse (Diginois Records, 2006), seu álbum mais orgânico, com banda e mais rico em arranjos. E para isso, a Seleção Natural teve grande influência. O dub que a banda trouxe foi o fio condutor das melodias. Assim como a mixagem do pernambucano Buguinha Dub.
A eletrônica, presente na maioria dos seus trabalhos, esteve nos antecessores Eletro Ben Dodô (Natasha Records, 1999) e Parada de Lucas (Diginois Records, 2003) e também nos que vieram na sequência, mas não como se vê em 3 Sessions. É aí onde o disco se diferencia. As influências da MPB, dub, samba, reggae e rock se fazem mais presentes, mais pungentes. Não se pode ignorar a influência do Nação Zumbi e o movimento manguebeat. A busca de uma identidade musical e o discurso político se combinam em suas obras. Apresentando esse vasto de influências, há também espaço para "Ogodô Anos 2000" do grande Tom Zé, e ainda sua versão para "Faixa Amarela" de Zeca Pagodinho.
A nova forma de gravação a captação de Lucas já demonstrava seu imenso interesse por um formato que seja totalmente voltado ao show. A busca por esse acréscimo é realmente uma evolução para seu som. A música brasileira mostra evolução pós-MPB e Lucas Santtana é um dos grandes nomes desse novo cenário musical.